Pramila Patten irá “liderar uma missão a Israel e à Cisjordânia no final do mês (…) para recolher informações sobre as acusações de violência sexual cometidas no contexto dos ataques de 7 de outubro e as suas consequências”, revelou hoje o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, acrescentando que esta não será uma investigação propriamente dita.
A responsável, que estará acompanhada por peritos forenses e especialistas na realização de entrevistas deste tipo, irá reunir com “sobreviventes, testemunhas e outras pessoas afetadas pela violência sexual”, bem como com “reféns e reclusos recentemente libertados”.
“[Patten] Irá relatar o que viu e ouviu, como parte do seu mandato para combater o uso atroz e crescente da violência sexual em combate, e para dar voz à ONU ao que aconteceu a 7 de outubro e depois”, acrescentou.
As Nações Unidas têm sido criticadas por reagirem demasiado lentamente às violações e à violência sexual que Israel acusa o Hamas de cometer, durante o ataque sem precedentes em território israelita que gerou um conflito em Gaza.
Este ataque, o mais mortal contra civis em solo israelita desde a fundação do Estado judeu em 1948, causou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da agência France-Presse (AFP) baseada no número de vítimas israelitas.
Cerca de 250 pessoas foram raptadas, incluindo cerca de 100 libertadas em troca de prisioneiros palestinianos durante uma trégua no final de novembro.
Em represália, Israel, que prometeu “aniquilar” o Hamas, que chegou ao poder na Faixa de Gaza em 2007, lançou uma ofensiva no território palestiniano que fez pelo menos 23.357 mortos, na maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do Hamas.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
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