“As nossas felicitações a Juan Guaidó, o Presidente em exercício da Venezuela. Ele tem todo o nosso reconhecimento para impulsionar o regresso da democracia ao país”, escreveu Almagro na rede social Twitter, a partir de Washington, onde a OEA está sediada, depois de já ter há alguns dias anunciado que o considerava o “Presidente interino” da Venezuela.
Perante milhares de pessoas concentradas em Caracas, Guaidó autoproclamou-se hoje Presidente interino da Venezuela.
“Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres”, declarou.
Para Juan Guaidó, “não se trata de fazer nada paralelo”, já que tem “o apoio da gente nas ruas”.
O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 3 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.
Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.
Nesse dia, a OEA adotou uma resolução declarando ilegítimo o seu mandato e agendou e realizou uma sessão extraordinária para analisar “os recentes desenvolvimentos” naquele país latino-americano.
A 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se “em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas”.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.
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