Numa pergunta que entregou na Assembleia da República e hoje enviada à agência Lusa, o deputado ecologista José Luís Ferreira questiona o Ministério da Saúde sobre quais as "medidas urgentes" que "pondera adotar para que estes resíduos sejam tratados devidamente, dando cumprimento à legislação".
O partido "Os Verdes" relata que, desde o dia 23 deste mês, foram detetados resíduos hospitalares no local da obra, da responsabilidade da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) e a decorrer junto ao atual centro de saúde, antigo Hospital da Misericórdia.
Indicando que foram alertados pelos eleitos locais da CDU de Nisa, os ecologistas explicam que os resíduos hospitalares “estariam enterrados” no local, mas que, após a intervenção das máquinas, “encontram-se agora dispersos” pela área da obra, “meio enterrados e meio a céu aberto”.
"Esta é uma situação grave de saúde pública e ambiental, que revela um grande incumprimento da legislação portuguesa relativa ao tratamento dos resíduos hospitalares, colocando em causa não só os trabalhadores da obra, mas todos quanto possam circular ali perto", lê-se na pergunta do PEV.
Segundo os ecologistas, as obras no local “não terão parado”, o que revela "alguma negligência pela situação".
“Consideramos que há um sério risco dos resíduos hospitalares agora detetados serem novamente enterrados, sem que haja o devido encaminhamento e tratamento dos mesmos”, alertam.
Contactada pela Lusa, a administração da ULSNA remeteu para mais tarde esclarecimentos sobre a denúncia do PEV.
A construção do novo centro de saúde de Nisa representa um investimento de 1,5 milhões de euros, comparticipados em 85% por fundos comunitários.
De acordo com a ULSNA, o equipamento, que deverá entrar em funcionamento em “finais de 2019”, prevê dar resposta a cerca de sete mil utentes.
A ULSNA gere os hospitais de Portalegre e Elvas e os 16 centros de saúde existentes nos 15 concelhos que compõem o distrito de Portalegre.
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