Várias pessoas foram feitas hoje reféns numa cidade do centro dos Países Baixos, anunciou a polícia holandesa, que descarta para já que se trate de um ato terrorista.

"O último refém acabou de ser libertado. Uma pessoa foi presa, não podemos dar mais informações no momento", afirma a polícia de Gelderland numa mensagem divulgada na rede social X, antigo Twitter.

Segundo a AP, o homem saiu da discoteca antes de lhe ser ordenado, pela polícia armada, ajoelhar-se com as mãos na cabeça. Em seguida, foi algemado antes de ser conduzido para um carro da polícia que o aguardava, adianta.

A agência de notícias refere ainda que a “polícia fortemente armada” e as equipas especiais de detenção, algumas com máscaras, estavam à porta da popular discoteca.

A situação prolongou-se durante várias horas, mas acabou por terminar com a detenção do suspeito pela polícia holandesa.

Segundo a BBC, que cita a imprensa local, o caso ocorreu num estabelecimento chamado Café Petticoat, onde o homem se manteve barricado com vários reféns, armado com explosivos, tendo mesmo ameaçado fazer explodir os dispositivos.

A meio da manhã a polícia confirmou a libertação de três reféns.

Desde a primeira hora, foi montado um cordão de segurança à volta de um café e os residentes de cerca de 150 casas foram retirados para um local seguro.

O município local informou no seu ‘site’ que o centro da cidade foi encerrado e que a polícia de choque e peritos em explosivos estavam no local.

A polícia salientou que, “de momento, não há indícios de um motivo terrorista" na tomada de reféns. "Estamos a ver que há muitas perguntas sobre o motivo. De momento, não há nada que indique que se trata de um ato terrorista", declarou a polícia na rede social X.

Nos últimos anos, alguns atentados foram registados nos Países Baixos, mas não com a mesma intensidade de outros países europeus, como França ou Reino Unido.

Em 2019, um tiroteio num autocarro na cidade de Utrecht, que deixou quatro mortos, provocou uma grande comoção no país. O autor do ataque, Gokmen Tanis, admitiu que agiu por motivos terroristas. O tiroteio paralisou a quarta maior cidade do país.

Também em 2019, a polícia holandesa indiciou duas pessoas, suspeitas extremismo, acusadas de planear um atentado com homens-bomba e carros-bomba. As autoridades afirmaram que os acusados pretendiam executar o ataque no mesmo ano.

Um ano antes, um jovem afegão, identificado como "Jawed S.", esfaqueou dois turistas norte-americanos na estação central Amsterdão. Numa audiência no tribunal, afirmou que pretendia "proteger o profeta Maomé".

A agressão aconteceu um dia depois o político holandês Geert Wilders, de extrema-direita, ter anunciado que iria desistir de organizar um concurso de caricaturas do profeta Maomé.

À data, o porta-voz dos talibãs do Afeganistão, Zabihullah Mujahid, pediu aos muçulmanos que atacassem militares holandeses devido à "ação hostil do país contra todos os muçulmanos".

Em 2004, o diretor de cinema Theo van Gogh, abertamente hostil ao islão, foi esfaqueado e assassinado a tiros em Amsterdão por um homem vinculado a uma rede holandesa islamista.