“O maior evento que tivemos aqui foi o Rock in Rio e ela foi utilizada neste evento. Vai ser seguramente utilizada noutros eventos, mas os eventos têm que ser muito bem pensados, eventos que juntem as pessoas, a comunidade e a diversidade e a abertura de Lisboa, e eu quero muito isso”, afirmou Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas à margem da conferência de imprensa de balanço da 10.ª edição do Rock in Rio Lisboa, que termina hoje.
O autarca falou na pala, que cobria o altar-palco que acolheu o papa Francisco, como “uma parte muito importante de todo o parque” Tejo.
“Vamos fazer aqui, obviamente, parte de espetáculos de iluminação, vamos trazer aqui associações, trazer aquilo que é Lisboa, os bairros de Lisboa”, disse também.
Carlos Moedas assume que “muitas vezes e mediaticamente há este centrar na pala”.
O palco-altar no Parque Tejo esteve envolvido numa polémica sobre o seu custo, que resultou, em fevereiro do ano passado, na redução do valor de 4,2 milhões de euros para 2,9 milhões - assegurados pela Câmara de Lisboa.
Em outubro, a autarquia retirou e guardou, “tal como previsto”, a estrutura do palco, referindo à Lusa que a base e a cobertura (a pala) ficariam disponíveis para “utilizações futuras”.
Carlos Moedas desvalorizou hoje a importância dada à pala, lembrando que esta “é um elemento de um parque de 30 hectares – são 30 campos de futebol”.
“E é um parque que está a ser vivido pelas pessoas”, salientou.
Para o autarca, “os momentos que foram vividos no Rock in Rio debaixo daquela pala, com aquilo que é pensar o futuro da Humanidade, o futuro da Paz, o futuro da Diversidade, foram momentos muito especiais e que se deve valorizar”.
A pala do Parque Tejo acolhe durante o 10.º Rock in Rio Lisboa – que termina hoje e aconteceu também no sábado e nos dias 15 e 16 de junho – um novo espaço do festival, o “All Experience”, que consiste numa exposição interativa focada nos temas para um mundo melhor, criada por todos os elementos sub-30 da organização.
O Parque Tejo, que volta a estar acessível parcialmente a partir de 15 de julho, “é sobretudo um parque verde”, lembrou Carlos Moedas, referindo que aquele espaço “vai ter equipamentos para as pessoas, equipamento desportivo, não é um parque para construir tijolo”.
“É um parque para as pessoas usufruírem, mas tem realmente uma obra de arte, que é esta pala. Que é uma obra de arte que mostra bem o que é a natureza, porque ela não é totalmente geométrica, com a ponte, com aquilo que é a água e é a natureza, e essa conjunção de fatores”, disse.
De acordo com Carlos Moedas, desde a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que “as pessoas estão a viver” o Parque Tejo.
“Ele está a ser sustentável, estamos a regar com água usada. Tudo isso era para continuar e aqui tivemos uma grande ajuda, a ajuda do Rock in Rio com as infraestruturas. Vamos agora continuar a trabalhar com arquitetos, para haver mais iluminação, para haver realmente um parque que tem vida”, referiu.
Carlos Moedas lembrou que “muitos não acreditavam” que o Parque Tejo teria vida pós-JMJ.
“Diziam que fazíamos aqui a JMJ e depois tudo ia aqui ficar abandonado. Não, isto está a viver e é cidade. Nós vamos continuar a fazer cidade com eventos, mas muito poucos. Os eventos aqui têm que ser muito marcantes. É o Rock in Rio, eventos muito específicos. Mas é sobretudo um parque para as pessoas. É isso que as pessoas nos pediam: mais cidade verde, e é isso que vamos trazer às pessoas”, afirmou.
A JMJ de Lisboa, que se realizou entre 1 e 6 de agosto, juntou cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo para uma missa e uma vigília, com a presença do papa Francisco.
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