Quem ganhou?
Rui Tavares ganhou esta 'batalha'. A sua clarificação de ideias foi mais sucinta do que a de Inês de Sousa Real. Não foi uma vitória por claro KO, mas a sua calma e discurso mais claro vingou neste debate.
Quem perdeu?
Inês de Sousa Tavares não foi capaz de 'desmontar' o discurso de Rui Tavares nas matérias discutidas. Mais intempestiva que o seu 'rival', nunca conseguiu clarificar bem as suas ideias. Único ponto favorável foi o facto de ter sido a única a apresentar propostas económicas.
Promessas
Justiça:
Rui Tavares defende "uma reforma da justiça", salientando que há que "aproveitar esta ocasião dos 25 anos do 25 de abril para fazer face ao que neste momento é mais do que uma crise política". Quanto a ideias para reformas, o líder do Livre falou num "grande debate nacional" e ainda em "reformas há muito tempo pensados e pedidas, em geral o país exige mais transparência e mais participação dos cidadãos".
Já Inês de Sousa Real diz que há matérias que têm ficado para trás, apontando mesmo que o PAN apresentou uma proposta para a regulamentação do lóbi e o reforço da transparência e a mesma acabou por nem ser votada.
A líder do PAN exigiu também uma melhor “comunicação” da PGR a explicar os processos, mas pediu essencialmente "reforço de meios na justiça, uma maior operacionalidade de meios". Inês Sousa Real abordou ainda os casos concretos de alegada corrupção na Madeira, salientando que os mesmos processos “permitiram travar” projetos como o teleférico no Curral das Freiras na Madeira ou ainda, em Portugal Continental, com o data center de Sines, saúda. “A política funcionou”, disse.
Recursos naturais
Em matéria de recursos naturais, Rui Tavares diz que "o hidrogénio verde pode ser de facto uma revolução na energia e Portugal tem potencial nessa matéria", referindo a ideia de ser criada uma agência como “Hidrogénio de Portugal” como existe a entidade Águas de Portugal. "Nós olhamos para países como Noruega e Países Baixos e ambos estão a estudar uma agência pública de hidrogénio, nós podemos ter também um pé nesse caminho".
Quanto à exploração do lítio, a sua opinião diverge. "Portugal tem as maiores reservas da Europa Ocidental, mas nós temos reservas que as mesmas possam ser exploradas porque o dinheiro fácil não ajuda em nada ao desenvolvimento do país".
Por sua vez Inês Sousa Real diz que o futuro do país tem de ser a aposta nas energias renováveis. Mais do que colocar esta gestão no setor público, a líder do PAN salienta que os casos do lítio e da energia nuclear trazem vários tipos de problemas e que os atuais processos devem ser suspensos. "Não podemos fazer a transição à conta das populações, que vão ver devastada a pequena agricultura familiar, o turismo.O que temos neste momento é uma licença para destruir valores ambientais”, disse.
Impostos
Neste capítulo apenas Inês Sousa Real invocou as propostas que o PAN tem para estas Legislativas, referindo querer "taxar mais quem mais polui", salientando também que empresas como a Galp, intervencionadas pelo Estado, que tenham lucros extraordinários devem também ser taxadas. "Dava para pagar milhões de passes gratuitos".
Por último defendeu também uma redução de IRS e IRC e mais impostos sobre carbono e atividades poluentes.
E acordos pós-eleitorais?
Nesta matéria, Rui Tavares diz que "um voto no Livre serve para uma maioria de ecologia e de progresso” e quanto aos apelos de Pedro Nuno Santos, salienta ter de pensar "se o voto PS é útil, quando ele às vezes nem serve para implementar as ideias do PS”.
Quanto a Inês de Sousa Real, diz que está disposta a "dialogar"com forças democráticas e que não ponham em causa os seus valores.
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