Num encontro à porta fechada esta tarde com sacerdotes romanos, o Papa Francisco "falou do perigo das ideologias na Igreja e voltou ao tema da admissão de pessoas com tendências homossexuais nos seminários, reiterando a necessidade de as acolher e acompanhar na Igreja e a indicação prudencial do Dicastério para o Clero relativamente à sua admissão nos seminários", refere a ANSA, com base num comunicado da Santa Sé.
De recordar que, no final de maio, durante uma assembleia da Conferência Episcopal Italiana (CEI) à porta fechada, o pontífice terá incentivado os bispos a não acolherem pessoas abertamente homossexuais nos seminários religiosos, afirmando que já havia "demasiadas bichas", segundo a tradução menos ofensiva.
Quando um dos bispos perguntou a Francisco o que deveria fazer, o Papa terá reiterado a sua objeção à admissão de homossexuais, afirmando que, embora fosse importante abraçar toda a gente, era provável que um homossexual pudesse correr o risco de levar uma vida dupla.
O Papa, de 87 anos, terá depois acrescentado que já havia demasiada “frociaggine” — uma palavra italiana vulgar do dialeto de Roma que se traduz aproximadamente por "bicha", "maricas" ou "paneleiragem" — em alguns seminários.
"Segundo os bispos procurados" pelo jornal Corriere della Sera, "está claro que o pontífice não tinha consciência do quão ofensivas eram suas palavras em italiano", escreveu a publicação.
Mais tarde, o Vaticano pediu desculpa pelos comentários. "O Papa nunca pretendeu ofender ou expressar-se em termos homofóbicos e pede desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso do termo relatado".
Como afirmou em diversas ocasiões, 'Na Igreja há lugar para todos, para todos! Ninguém é inútil, ninguém é supérfluo, há espaço para todos'", foi referido.
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