O Comité do Digital, Media e Desporto do Parlamento britânico publicou mais de 200 páginas de e-mails internos do Facebook, que obteve enquanto investigava a forma como a empresa foi utilizada para influenciar os resultados eleitorais em vários países.
Estes e-mails surgiram num processo contra o Facebook na Califórnia, movido pela agora extinta empresa programadora de aplicações Six4Three.
Segundo o presidente do comité, Damian Collins, estes contactos entre o Facebook e a Six4Three não deixam claro se os utilizadores sabiam que ambas as empresas estavam a usar as suas listas de amigos e outras informações privadas.
"O Facebook realizou claramente acordos com certas empresas, o que significa que depois das mudanças na plataforma em 2014-2015 mantiveram o acesso completo aos dados dos amigos", escreveu Collins.
"A ideia de vincular o acesso aos dados ao valor financeiro da relação entre os programadores e o Facebook aparece como um recurso recorrente nesses documentos", acrescentou.
O Facebook disse num comunicado transmitido à AFP, que os e-mails da Six4Tree "são apenas parte da história e são apresentados de forma muito enganosa fora de contexto".
O gigante das redes social dos EUA lançou uma campanha pública em 2014 para acalmar as preocupações dos utilizadores depois das revelações dos seus dados.
Contudo, estes e-mails sugerem que o Facebook seguiu uma política de vender informações para um grupo seleto de grandes programadores de aplicações e empresas, mesmo depois de serem implementadas as mudanças na plataforma em 2015
O diretor de plataformas e programas do Facebook, Konstantinos Papamiltiadis, disse à AFP na semana passada que a empresa "nunca vendeu dados de ninguém".
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