Este voto, apresentado e lido pelo presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, foi aprovado por unanimidade dois dias após ser assinalado, em todo o mundo, o dia internacional em memória das vítimas do holocausto, em 27 de janeiro, que assinala a libertação em 1945 do campo de concentração e de extermínio de Auschwitz-Birkenau pelo Exército Vermelho.
No texto afirma-se que é preciso “recordar a memória das vidas interrompidas ou desfeitas pela barbárie, as vítimas do ódio racial, da intolerância perante quem é diferente e da discriminação negadora da dignidade humana”.
“Não sendo possível desfazer o mal perpetrado contra milhões de nossos semelhantes, recordemos e homenageemos a sua passagem pelo Mundo, fazendo-lhes a escassa justiça que é possível, perpetuando os seus nomes, as suas tradições, a sua luta e coragem ao enfrentarem o impensável”, lê-se no texto.
Em segundo lugar, o parlamento português defende que “importa valorizar a memória do Holocausto, perceber as suas causas históricas, os mecanismos de propagação de mentira e distorção”.
É preciso compreender, assinala-se, como foi possível “o ódio e a intolerância conseguiram tomar o poder e assumir uma monstruosa empresa de destruição de vidas e comunidades, tentando erradicar a vida judaica da Europa, eliminar populações ciganas, erradicar homossexuais ou opositores políticos”.
Em terceiro e último lugar, assinalar o dia 27 de janeiro na Assembleia da República “é também reafirmar o compromisso de todas as instituições públicas para com esta missão de educação e de transmissão de factos e valores às novas gerações, a quem cumprirá manter acesa a chama da memória e o legado de defesa intransigente da dignidade humana”.
Em 27 de janeiro de 1945, as tropas soviéticas descobriram o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, o maior da Europa ocupada pela Alemanha nazi e onde foram mortos cerca de 1,1 milhões de pessoas, dos quais perto de um milhão de judeus.
Mais de seis milhões judeus europeus foram mortos pelos nazis no decurso do Terceiro Reich.
A larga maioria foi morta no campo da morte de Auschwitz, construído pelo regime nazi em território polaco, mas outros prisioneiros não judeus, incluindo polacos, Roma (ciganos), e soldados soviéticos também se encontram entre as vítimas deste antigo complexo.
Cerca de 192.000 judeus viviam na Áustria antes da II Guerra Mundial. Após a anexação da Áustria pela Alemanha nazi em 1938, apoiada entusiasticamente por muitos austríacos, mais de 100.000 judeus fugiram do país.
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