Tendo como subscritor o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o voto lembra que em 24 de dezembro passado completaram-se 500 anos da morte de Vasco da Gama, em Cochim, por ocasião da sua terceira viagem até à Índia.
“Nascido em Sines, tinha cerca de 30 quando lhe foi confiado, pelo rei Dom Manuel I, o comando da frota que zarpou de Lisboa, a 8 de julho de 1497, em demanda do caminho marítimo para a Índia. A expedição portuguesa alcançou a Índia a 20 de maio de 1498, depois de uma longa travessia que dobrou o Cabo da Boa Esperança e percorreu a costa oriental africana”, refere-se.
No texto, salienta-se que essa foi “a mais longa viagem marítima até então registada e permitiu a abertura de uma nova rota mercantil, que rivalizava com os caminhos do Levante e revolucionou o comércio de especiarias”.
“Depois de regressar com sucesso a Portugal, Vasco da Gama haveria de capitanear mais duas expedições à Índia, em 1502 e 1524. Nesta última, foi nomeado vice-rei da Índia, cargo que exerceu por breves meses. Morreu de malária, em Cochim, em 1524”, recorda-se ainda.
Para o presidente da Assembleia da República, “a figura de Vasco da Gama suscita, tanto na academia como na esfera pública, um amplo debate”.
“Se uns enfatizam a dureza do militar, outros recordam a habilidade do navegador e a eficácia do líder. Todos, porém, concordam que se trata de uma figura incontornável da História mundial”, sustenta-se.
No voto, considera-se, depois, que “ao rasgar a Rota do Cabo, Vasco da Gama tornou-se num precursor da globalização e possibilitou um encontro cultural entre Oriente e Ocidente”.
Um encontro do qual “somos, todos nós, convictos herdeiros. Conquistou também lugar indelével na cultura portuguesa, europeia e universal. É o protagonista d’Os Lusíadas, personagem de diversas óperas e obras musicais europeias e presença regular na toponímia portuguesa e mundial. O seu nome foi dado a uma das crateras lunares, o que demonstra bem a perenidade e universalidade da sua influência”, salienta-se.
Com este voto, “a Assembleia da República, reunida em plenário, presta homenagem a Vasco da Gama, figura maior da nossa História”.
“Afirma também a importância de preservar o seu legado, na abertura de Portugal ao mundo, na valorização do mar como vetor de desenvolvimento e na ousadia de percorrer novos caminhos de encontro entre os povos”, acrescenta-se.
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