"Agustina é uma figura de grande destaque na cultura portuguesa e creio que isso hoje é indiscutível. Tenho a certeza de que o país encontrará as formas adequadas de, não apenas lhe prestar homenagem, e esse reconhecimento, mas também de tirar partido do seu legado, da sua influência e dos valores que ela nos transmite. Julgo que isso acontecerá", disse Pedro Passos Coelho.
O ex-líder do PSD contou aos jornalistas que é amigo da família de Agustina Bessa-Luís, tendo falado do papel que agora a filha da escritora, Mónica Baldaque, terá para perpetuar o legado da mãe.
"Creio que a Mónica Baldaque, como filha da Agustina, tem desempenhado um papel muito relevante. Terá ainda este encargo, hoje num dia triste como filha, mas, nos dias seguintes, como um porta estandarte dessa presença que de certa maneira nos traz da Agustina", referiu o social-democrata que se cruzou com o atual líder do PSD, Rui Rio, no velório da escritora.
Pedro Passos Coelho considerou "muito importante para o futuro e para as novas gerações" que as referências sobre Agustina Bessa-Luís sejam "continuamente redescobertas e retransmitidas".
Ao longo da manhã passaram também pela Sé Catedral do Porto, para prestar homenagem à escritora, entre outros, o ex-ministro das Obras Públicas Luís Valente de Oliveira e o banqueiro e antigo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian Artur Santos Silva.
Agustina Bessa-Luís, que morreu na segunda-feira, no Porto, aos 96 anos, nasceu em 15 de outubro de 1922, em Vila Meã, Amarante, e encontrava-se afastada da vida pública, por razões de saúde, há perto de duas décadas.
O nome da escritora, que se estreou nas Letras com o romance "Mundo Fechado", em 1948, destacou-se em 1954, com a publicação de "A Sibila", obra que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz.
Agustina recebeu também, por duas vezes, o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores, a primeira, em 1983, pela obra "Os Meninos de Ouro", e, depois, em 2001, por "O Princípio da Incerteza I - Joia de Família".
A escritora foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015.
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