Em declarações aos jornalistas após um encontro com o Partido Ecologista “Os Verdes”, Paulo Raimundo afirmou que “não vale a penar estar a criar uma ideia que não tem nenhuma concretização”, referindo-se a uma possível coligação com os socialistas.
“Não terá nenhuma concretização, não terá nenhuma possibilidade, e alimentar isso é só empurrar para o PS. Ora, nós não precisamos de criar, nem de entregar autarquias ao PS”, acrescentou o líder comunista.
O secretário-geral do PCP enumerou os pontos que afastam o projeto autárquico dos comunistas dos socialistas responsabilizando o PS pela “gestão privada da distribuição da água”, a “transferência de encargos para as autarquias” e o adiamento da reversão da agregação das freguesias.
“Temos aqui um leque que nunca mais acabava desse ponto de vista. Temos opções erradas, do ponto de vista nacional, com impactos na vida das populações, por opção do PS, em particular nos últimos dois anos, a maioria absoluta, mas também agora. Portanto, há aqui esta incompatibilidade de fundo”, atirou Raimundo.
Questionado sobre a importância dos partidos de esquerda se unirem para vencerem as autárquicas no concelho de Lisboa, Paulo Raimundo insistiu nas distâncias, ao nível do conteúdo, que separam o PCP e os restantes partidos, nomeadamente o PS.
“É para contrariar as dinâmicas anti-poder local democrático que estão em curso, do qual o PS tem responsabilidades? É para garantir um conjunto de aspetos fundamentais? Se é para isso, o projeto de rutura da CDU inclui esses elementos todos. Deem força à CDU. Deem força à CDU, vai ver que esses problemas da cidade de Lisboa e de outras se resolvem”, acrescentou.
Paulo Raimundo confirmou ainda que o partido voltará a concorrer coligado com os ecologistas de “Os Verdes”, sublinhando as responsabilidades autárquicas da coligação e reafirmando o compromisso de “concretizar o que falta concretizar” e “prestar contas” do trabalho.
O secretário-geral do PCP defendeu que a Coligação Democrática Unitária traz para as próximas eleições um projeto diferente em áreas como o ambiente e a ecologia, mas também na “defesa dos serviços públicos” e da “água como bem exclusivamente público e de gestão pública”.
No último sábado, após uma reunião do comité central, o órgão máximo do partido entre congressos, o secretário-geral do PCP anunciou que o partido aceitou o pedido de reunião do Livre para pensar acordos à esquerda para as autárquicas, mas sublinhou, tal como hoje, que os comunistas têm um projeto autárquico “distinto de todos os outros”.
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