O PCP vai votar contra o Orçamento Suplementar na votação final global agendada para sexta-feira na Assembleia da República, anunciou hoje o líder parlamentar comunista, João Oliveira.
Esta é a primeira vez, em cinco anos, que o PCP vota contra um orçamento do Governo minoritário do PS, depois de ter ajudado a viabilizar todos Orçamentos do Estado desde 2016.
“Concluída a votação na especialidade, verifica-se que os aspetos negativos da proposta do Governo se mantém", assim como "o desequilíbrio entre os benefícios e privilégios ao capital e a falta de resposta aos problemas dos trabalhadores”, disse o líder parlamentar do PCP.
"O balanço global" feito pelos comunistas do Orçamento Suplementar que resulta da votação na especialidade é "o balanço de um orçamento inclinado para os interesses do grande capital e é desequilibrado na resposta que dá à satisfação desses interesses e à falta de resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo", disse o deputado.
João Oliveira mencionou que o PCP entregou "um conjunto de 53 propostas de alteração na especialidade" que condensavam "aquilo que eram opções essenciais para o Orçamento", reforçando que os comunistas tiveram "essa discussão, tal como em todas as outras discussões anteriores, com o contributo das nossas propostas".
"Há um facto que é evidente, a convergência entre PS e PSD, não apenas na aprovação daquilo que vinha da proposta inicial do Governo, mas também na rejeição das propostas do PCP, essa convergência é notória, inclusivamente com alterações de posicionamento do sentido de voto do PSD da manhã para a tarde que fizeram rejeitar propostas do PCP.
"Não há uma resposta milagrosa que fizesse alterar o nosso sentido de voto nem há um artigo desgraçado que conduza a esse resultado. É um balanço global de tudo aquilo que orçamento suplementar comporta, não só naquilo que falta, mas também daquilo que negativo também", rematou o líder parlamentar comunista.
"Perante a difícil situação nacional, emerge com redobrada atualidade a necessidade da política alternativa, patriótica e de esquerda. É esse o objectivo que o PCP prosseguirá", sublinhou o deputado.
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