O grupo Cofina decidiu avançar com um programa de corte de 10% de custos e a Imprensa concluiu um processo de rescisões esta semana, que afetou entre 15 a 20 pessoas do universo SIC.
Em comunicado, o PCP “reclama do Governo medidas que impeçam o livre arbítrio do patronato no setor, adoção de políticas que valorizem o serviço público e combatam a concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social", adianta o PCP, salientando que "assume o compromisso de levar por diante as iniciativas que considere necessárias para denunciar e impedir a sua concretização, nomeadamente suscitando a intervenção do Governo e da Autoridade para as Condições de Trabalho".
O PCP sublinha que o "despedimento em curso de cerca de 80 trabalhadores, entre jornalistas e outros profissionais, do grupo Cofina, e cerca de 20 da SIC - que se segue a um outro semelhante, em novembro passado, na Visão, também propriedade do grupo Impresa -, merece a denúncia e repúdio" do partido comunista.
No dia 08 de março, fonte oficial do grupo Impresa confirmou à Lusa que tinha levado a cabo um processo de rescisões que ficou esta semana concluído e "afetou apenas a SIC".
"Procedeu-se a uma reestruturação nalgumas áreas, onde se destaca a dos canais temáticos, em que serão implementados novos processos funcionais, mais coesos, que permitam reforçar e consolidar as audiências dos canais", concluiu, na altura, fonte oficial.
O lucro do grupo Impresa recuou 31,5% no ano passado, face a 2015, para 2,8 milhões de euros, e as receitas consolidadas caíram 10,8%, para 206 milhões de euros.
De acordo com fontes do grupo contactadas pela Lusa, o processo de rescisões agora concluído deverá afetar entre 15 a 20 pessoas, das quais sete são jornalistas, onde se incluem operadores de imagem. Entre as saídas consta a diretora do canal temático SIC Mulher, Sofia Carvalho.
Este foi o segundo grupo de ‘media’ com processos de rescisões conhecido esta semana, depois de fonte oficial da Cofina Media ter admitido na segunda-feira, em declarações à Lusa, que a dona do Correio da Manhã e Jornal de Negócios, entre outros títulos, "tem vindo a ajustar as suas equipas, reduzindo na imprensa e apostando cada vez mais no digital, na multimédia".
O grupo liderado por Paulo Fernandes adiantou ainda que "não coloca de lado a utilização dos meios legais disponíveis, se tal for necessário, para ajustar a sua atividade às tendências de mercado".
Numa informação interna, a que a Lusa teve acesso, é referido que a quebra de receitas de publicidade continua e acentuou-se no início deste ano, sobretudo no mês passado, pelo que a Cofina decidiu avançar para um programa de corte de 10% de custos.
Na sexta-feira passada, a Cofina divulgou que o seu lucro caiu 14,4% em 2016, face ao ano anterior, para 4,3 milhões de euros, e que as receitas operacionais recuaram 0,7% para 99,9 milhões de euros.
De acordo com fontes do grupo Cofina contactadas pela Lusa, títulos como o Correio da Manhã e Jornal de Negócios têm processos de rescisões em curso.
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