“O essencial aqui é resolver os problemas da agricultura e mais do que esta troca de opiniões entre a CAP e o Ministério da Agricultura o que era importante era que o governo resolvesse de facto os problemas”, defendeu Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, na sede do partido, em Lisboa.

Esta quarta-feira, em Portimão, instada pelos jornalistas a responder a críticas dirigidas à tutela pelo secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que disse ser “inexistente” a resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no setor da produção e alimentação animal, a ministra devolveu a pergunta.

“É melhor perguntar porque é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista”, retorquiu, declarações que a CAP classificou na quinta-feira como “perplexizantes”.

Questionado sobre esta polémica, o dirigente comunista insistiu na necessidade de “apoiar a pequena e média agricultura que tem sido muito prejudicada ao longo destes últimos anos, mas não apenas isso”.

“Temos problemas sérios na zona dos incêndios com a pastorícia, com as questões do gado, da madeira, enfim, de uma forma geral a agricultura e floresta exigem medidas que não têm vindo a ser tomadas e que, naturalmente, depois resultam nos problemas que nós estamos a enfrentar”, sustentou.

Jorge Pires foi ainda questionado sobre a posição defendida pelo presidente do PS, Carlos César, esta quinta-feira, que apelou à criação de um imposto sobre os lucros extraordinários das empresas — medida há muito defendida pelos comunistas.

“Depois do PCP, e de muita coisa que se disse em torno da proposta do PCP, até o secretário-geral das Nações Unidas veio dizer que era preciso fazer isso. O facto de Carlos César vir agora também dizer, só mostra que a proposta do PCP é perfeitamente justa”, considerou.

Para os comunistas, a preocupação “de que há muitas taxas já sobre os lucros das empresas é uma forma de fugir ao problema central”, insistindo que “faz todo o sentido, independentemente das taxas que já existem, aplicar uma taxa extraordinária sobre estes lucros exponenciais”.

Já sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, que recusou hoje comentar a contratação do ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo pelo Ministério das Finanças, afirmando que “os membros do Governo são livres de fazerem contratações para os seus gabinetes”, Jorge Pires remeteu explicações para o executivo.

“É uma matéria relativamente à qual não nos pronunciamos. É o resultado da atividade do governo portanto cabe ao governo dar as explicações que entender sobre essa matéria”, respondeu.

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