“Não quero fazer juízos de valor, porque não tenho informação necessária e suficiente. Apurem-se os factos, com esta prudência e sentido de não prejudicar a organização sindical, a organização dos trabalhadores”, disse Jerónimo de Sousa, referindo-se ao pedido de dissolução do SNMMP que foi apresentado pelo Ministério Público (MP).
O líder comunista, que falava aos jornalistas durante uma visita à feira de Corroios, no Seixal, distrito de Setúbal, considerou que “os sindicatos não devem ser espaço para protagonismos pessoais, para áreas de negócio, para situações que não são compatíveis com esse direito fundamental da liberdade sindical e da organização sindical”.
Num tom diferente, Bloco sublinhou em comunicado uma “coincidência perversa” entre o pedido de dissolução e o pré-aviso de greve do SNMMP, enquanto o líder social-democrata, Rui Rio, considerou “intolerável” a forma como o MP conduziu o pedido de dissolução do sindicato. Já Jerónimo de Sousa reiterou a ideia de que é necessário apurar os factos sem prejudicar a liberdade e o direito de organização sindical.
O Ministério Público pediu a dissolução do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas numa ação que deu entrada este mês junto do Tribunal do Trabalho de Lisboa, disseram na quarta-feira à agência Lusa fontes judiciais.
O MP sustenta haver “desconformidades” na constituição e nos estatutos do SNMMP, razão pela qual pediu a sua extinção.
O SNMMP, que cumpriu mais uma paralisação este mês, entregou um novo pré-aviso de greve para o período compreendido entre os dias 07 e 22 de setembro, desta vez ao trabalho extraordinário e aos fins de semana.
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