Em entrevista à rádio Antena 1, conduzida pela jornalista Natália Carvalho, Paulo Raimundo recordou que, em 2015, aquando das negociações que precederam a criação da solução governativa denominada ‘geringonça’, teve a oportunidade de estar “frente a frente” com Pedro Nuno Santos, na altura secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
“Tenho de reconhecer publicamente o empenho e a dedicação de Pedro Nuno Santos nesse esforço de construção da solução de 2015. Isso não há como negar e, portanto, sem nenhum problema o afirmo”, referiu.
Questionado se, com a saída de Pedro Nuno Santos do Governo, fica mais difícil um diálogo do PS com a esquerda, o secretário-geral do PCP respondeu que “isso depende sempre das opções políticas do PS”.
“Muitas vezes perguntam-nos se nós estamos ou não disponíveis para conversar com o PS sobre soluções futuras e etc. E nós colocamos sempre a mesma ideia, que é que essa pergunta tem de ser devolvida ao PS”, frisou.
Paulo Raimundo caracterizou o primeiro-ministro, António Costa, como uma pessoa “determinada”, “trabalhadora” e certamente “com capacidades”, mas reiterou que o que determina as relações do PCP com o PS “não é tanto um problema de pessoas”.
“Até podíamos ser os melhores amigos do mundo, [mas] se as suas opções políticas não correspondessem às necessidades do país – que é o caso – não podíamos acompanhar, e não acompanhamos”, disse.
Interrogado assim se não vê a possibilidade de uma reaproximação do PCP com o PS e prefere o “antes venha a direita”, Paulo Raimundo respondeu: “Não, não, longe disso, pelo contrário”.
“Nós estaremos disponíveis para todas as medidas em concreto que enfrentem o problema que nós estamos a viver”, referiu.
O líder do PCP reiterou que a questão de uma reaproximação entre os dois partidos “deve ser colocada ao PS, porque quem se afastou do caminho de recuperação de direitos, de elevação das condições de vida, não foi o PCP”.
Questionado se “é possível haver pontes com este PS”, Paulo Raimundo respondeu: “Então não é? É possível”.
“Vou-lhe dar um exemplo concreto: nós propusemos o aumento do salário mínimo nacional para os 850 euros a 01 de janeiro. O PS tem uma opinião diferente”, comentou, exemplificando que teria sido possível “trilhar esse caminho”.
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