“Nós temos tido um Governo a apresentar e a aprovar propostas, umas atrás das outras, sem apresentar ao país o custo orçamental das mesmas”, destacou.
Numa ação de rua na cidade de Bragança, em que se juntou à cabeça de lista do PS às eleições europeias, Pedro Nuno Santos estranhou que não seja tornado público o valor do investimento necessário à execução das medidas aprovadas pelo Governo.
“Cada vez que nós apresentámos uma proposta, cai-nos toda a gente em cima, a exigir o custo das nossas medidas, e não o fazem ao Governo”, questionou.
O líder socialista acusou ainda o Governo de estar em campanha eleitoral, servindo-se da posição que tem na máquina do estado.
“Eu fiz parte de um governo que tinha um primeiro-ministro que era muito rigoroso. Cada campanha que tínhamos, a nossa atividade estava altamente limitada, porque os governos do Partido Socialista tinham um profundo respeito pelos momentos democráticos”, sustentou.
Segundo o líder do PS, com este Governo existe “um sentimento de profunda impunidade”.
“E era menos mau se as propostas fossem boas, só que ainda por cima as propostas são injustas”, argumentou, indicando ainda que há falta de diálogo.
Depois de o PS ter “conseguido corrigir” no parlamento a proposta para a redução do IRS, Pedro Nuno Santos reiterou ainda que o Governo tem “obrigação de ouvir os outros”.
“O Orçamento do Estado está hoje a ser feito sem diálogo e sem negociações. Nós temos medidas anunciadas que nós não sabemos, nem vocês, nem os portugueses quanto é que custam”, lamentou.
Segundo o líder do PS, apenas são “mais ou menos” conhecidas as medidas do IRS.
“Serão 1400 milhões de euros de perda de receita. Esta pelo menos nós já sabemos mais ou menos quanto é que custa e, por isso, o orçamento está hoje a ser feito e comprometido sem qualquer diálogo”, alegou.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje a proposta do PS sobre redução das taxas do IRS até ao 6.º escalão, mas mantendo as taxas dos escalões seguintes.
A nova tabela de taxas foi aprovada com os votos contra do PSD e do CDS-PP, a abstenção do Chega e o voto favorável dos restantes partidos.