“O PS não se manifestou contra a medida; apenas disse que se o Governo quisesse apoiar de forma estrutural os pensionistas, teria feito um aumento permanente das pensões, ou seja, um aumento que subisse o valor das pensões para o futuro”, destacou o líder socialista, numa mensagem na rede social X.

Pedro Nuno Santos, que partilhou na mesma publicação uma notícia do jornal Público, que refere que Paulo Rangel ficou chocado com a reação da oposição à medida, frisou que o ministro dos Negócios Estrangeiros devia, “pelas funções que ocupa, medir cada palavra usada”.

“O PSD não passou a defensor do sistema público de pensões. Está apenas a enganar os pensionistas com a ilusão de um aumento. Nem sequer está concentrado em resolver os problemas estruturais do país ou dos pensionistas”, sublinhou.

O socialista destacou ainda que a “única motivação” do Governo da Aliança Democrática “é oportunista: usar as boas contas públicas deixadas pelo anterior governo para implementar uma estratégia que traga ganhos eleitorais no curto prazo”.

Paulo Rangel refutou na sexta-feira as críticas da oposição às medidas anunciadas pelo primeiro-ministro no Pontal, defendendo que o suplemento extraordinário para pensões mais baixas é um “apoio fundamental” que “deverá abranger 2,4 milhões de pessoas”.

“Não compreendo como há tanta gente, nomeadamente os partidos da oposição, que está incomodada com esta medida social que revela responsabilidade orçamental”, disse Paulo Rangel.

“Choca-me mesmo que perante um apoio, que é um apoio extraordinário, mas que é muito relevante aos portugueses. O que nós vemos é [que] partidos que se dizem os grandes defensores do Estado Social estão contra esse apoio ou estão a tentar desvalorizá-lo”, admitiu Rangel, em declarações aos jornalistas no Porto, transmitidas por televisões com a SIC Notícias.

Paulo Rangel apontou em específico as críticas do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de que o suplemento para as pensões é uma medida eleitoralista.

“Que eu saiba, não há perspetiva de eleições, só há eleições se o secretário-geral do PS quiser. Sinceramente, eu não vou fazer comentário político, mas há uma coisa que lhe digo que é clara, os portugueses que estão em casa sabem que somos um Governo reformista, com sensibilidade social”, referiu.

Este suplemento, que foi anunciado na quarta-feira, na Festa do Pontal, rentrée política do PSD, no Algarve, deverá ser aplicado em outubro e custará “um pouco mais de 400 milhões de euros”, ainda de acordo com Rangel.