De acordo com dados da Direção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP), partilhados pelo Jornal de Notícias (JN), 2020 chegou ao fim com mais 662 militares nas fileiras. O valor é justificado pelo crescimento no número de incorporações nas Forças Armadas, uma diminuição das saídas voluntárias (menos 1.189 do que em 2019) e ainda a possibilidade de prorrogar contratos (mais 281), uma medida do Governo para fazer face ao impacto da pandemia.
Ao jornal, o Ministério da Defesa Nacional recusou-se a contabilizar o número de militares efetivos em 2019, mas confirmou que se regista agora "um ligeiro aumento face ao ano anterior". Em fevereiro de 2020, foram registados 771 efetivos.
"Os sistemas de recrutamento conseguiram gerar o volume de candidaturas mais elevado dos últimos quatro anos e o terceiro mais alto da última década", foi referido. Assim, "os sinais positivos são resultado das políticas que têm sido implementadas pelo Ministério da Defesa Nacional, com destaque para o Plano de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar".
Todavia, há incerteza sobre a continuidade destes números, uma vez que ainda se considera que as Forças Armadas "não são atrativas" e que o resultado positivo de 2020 se deve "à crise" económica.
"É um ano de forte desemprego, determinado pela pandemia. As pessoas que estão à procura de emprego têm o mercado fechado e veem nas Forças Armadas uma hipótese", referiu ao JN o tenente-coronel António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas.
"Nos últimos 10 anos, as incorporações têm descido; há um ano de pandemia e sobem 700. Isto acontece porque não há alternativa, e as pessoas, para terem emprego, vão para as Forças Armadas. Ou seja, é a pior razão de todas", explica.
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