De acordo com as informações publicadas hoje pelas agências de notícias iranianas, sete manifestantes e quatro membros das forças de segurança foram mortos durante os protestos.
As autoridades iranianas negam qualquer envolvimento nas mortes dos manifestantes.
A morte de Mahsa Amini, de 22 anos, atraiu forte condenação em todo o mundo, já que organizações não-governamentais internacionais denunciaram uma repressão brutal aos protestos. O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quarta-feira, nas Nações Unidas, estar solidário com as “corajosas mulheres do Irão”.
Mahsa Amini, originária do Curdistão (noroeste), foi detida pela polícia da moralidade em 13 de setembro em Teerão, por “vestir roupas inadequadas”.
Aquela unidade é responsável por fazer cumprir o rígido código de vestuário no Irão, onde as mulheres devem cobrir os seus cabelos e não é permitido usar roupas curtas ou apertadas, entre outras proibições. A jovem morreu em 16 de setembro no hospital.
Ativistas afirmam que Amini foi morta com tiros na cabeça, uma alegação negada pelas autoridades, que garantem não ter maltratado a mulher e dizem que Mahsa Amini morreu de ataque cardíaco. Uma investigação foi aberta pelas autoridades iranianas.
As manifestações foram desencadeadas imediatamente após o anúncio da morte da jovem. Desde então, os protestos estão a acontecer em pelo menos quinze cidades, incluindo a cidade sagrada xiita de Qom, a sudoeste de Teerão, local de nascimento do líder supremo iraniano Ali Khamenei.
A Amnistia Internacional (AI) denunciou uma “repressão brutal” e “o uso ilegal de tiros com esferas de aço, gás lacrimogéneo, canhões de água e bastões para dispersar os manifestantes”.
Desde o início dos protestos, as ligações à internet foram restringidas e as autoridades bloquearam, posteriormente, o acesso às redes sociais Instagram e WhatsApp.
“Por decisão das autoridades, não é mais possível aceder ao Instagram no Irão desde a noite de quarta-feira e o acesso ao WhatsApp também foi interrompido”, informou a agência de notícias Fars.
Esta medida foi tomada devido de “ações realizadas por contra-revolucionários contra a segurança nacional através dessas redes sociais”, referiu a Fars.
O Instagram e o WhatsApp foram os aplicativos mais usados no Irão desde o bloqueio das plataformas Youtube, Facebook, Telegram, Twitter e Tiktok nos últimos anos. Além disso, o acesso à internet é amplamente controlado pelas autoridades.
No sul do Irão, vídeos aparentemente de quarta-feira mostravam manifestantes a queimar um enorme retrato do general Qassem Soleimani, morto por um ataque dos Estados Unidos no Iraque em janeiro de 2020.
Em outras partes do país, manifestantes incendiaram veículos da polícia e gritaram frases antigovernamentais, segundo a agência oficial Irna. A polícia respondeu com gás lacrimogéneo e realizou várias prisões. Outras imagens mostravam manifestantes resistindo à polícia e as imagens mais virais nas redes sociais são aquelas em que se vê mulheres a atear fogo aos seus lenços de cabeça.
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