Numa conferência de imprensa em Paris, o presidente do CNP, Gérard Romiti, explicou que os pescadores bloquearão a chegada de navios de mercadorias aos portos de Saint-Malo, Ouistreham e Calais, todos no norte de França e no corredor do Canal da Mancha.
Em terra, os pescadores também irão bloquear “durante algumas horas” o acesso de camiões de carga ao terminal do túnel do Canal.
“Não queremos esmolas, apenas queremos as nossas licenças de volta. O Reino Unido tem de respeitar o acordo pós-‘Brexit’. Muitos pescadores ainda estão sem saber o que fazer”, frisou Romiti.
“Há 11 meses que esperamos (…). A paciência dos profissionais tem limites. Esperamos que este protesto seja ouvido”, acrescentou, não excluindo outras ações no futuro.
Para o responsável do CNP, o movimento é uma resposta à atitude “provocadora” e “humilhante” dos britânicos.
“A questão do licenciamento é a árvore que esconde a floresta: da sua resolução vão depender as relações de longo prazo com o Reino Unido”, alertou.
Apesar de questionar a força do compromisso europeu ao lado dos pescadores da União Europeia (UE), Romiti saudou o “ultimato” lançado na quarta-feira pela Comissão Europeia, que pediu a Londres para resolver a disputa até 10 de dezembro.
Ao abrigo do acordo do ‘Brexit’, assinado no final de 2020 entre Londres e Bruxelas, os pescadores europeus podem continuar a trabalhar nas águas britânicas, desde que provem que já lá pescavam.
Mas franceses e os britânicos discutem sobre a natureza e a extensão dos documentos comprovativos a serem fornecidos.
No total, desde 01 de janeiro de 2021, a França obteve “mais de 960 licenças” para pescar nas águas britânicas e das ilhas do Canal, mas Paris pede ainda mais 150 autorizações, segundo o Ministério do Mar francês.
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