Intitulada “Centro Hospitalar do Oeste nas Caldas da Rainha”, a petição defende que “tem de ser construído um novo Hospital do Oeste nas Caldas da Rainha”, concelho que tem “na sua génese os cuidados de saúde”, já que a cidade foi fundada com a edificação do Hospital Termal, em 1485, pela Rainha D. Leonor.
O documento surge numa altura em que se aguarda a decisão do Governo sobre a localização do novo hospital do Oeste, cujo anúncio o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, remeteu para o final de março.
A decisão está a ser equacionada por um grupo de trabalho criado pelo Governo, cujo trabalho tem por base um estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim), que apontou o concelho do Bombarral como a melhor localização para a construção do novo hospital.
As conclusões do estudo estão a ser contestadas pelas autarquias das Caldas da Rainha e de Óbidos, que defendem que o hospital venha a ser construído na confluência destes dois concelhos.
A pretensão conta também com o apoio do município de Rio Maior, alegando o presidente da Câmara, Filipe Santana Dias (PSD) que, apesar de este concelho pertencer ao distrito de Santarém, parte da sua população recorre ao hospital das Caldas da Rainha.
Na petição, com mais de 10 mil assinaturas, os subscritores alegam que o Centro Hospitalar do Oeste se encontra “numa situação de rotura, não dando resposta às necessidades da região”.
“Não existe resposta hospitalar adequada, nem infraestruturas condignas e recursos humanos suficientes”, com tempos de resposta ao atendimento “muito para além do aceitável, colocando em causa o pronto auxílio a quem dele necessita”, pode ler-se no documento.
Um quadro que consideram agravar-se na zona norte do Oeste, nomeadamente no concelho das Caldas da Rainha, “porque os habitantes desta região estão mais distantes de outros hospitais recentemente edificados, como é o caso dos novos hospitais públicos construídos nos concelhos a sul da região Oeste”, como Vila Franca de Xira e Loures. Bem como pelo facto de “a oferta privada de cuidados de saúde hospitalar também ser notoriamente mais forte a sul do que a norte” da região.
Considerando “urgente” a construção de um novo hospital, os subscritores defendem que este seja localizado nas Caldas da Rainha e lembram a “necessidade de garantir o investimento adequado à melhoria das condições de funcionamento do atual hospital” até que o novo seja uma realidade.
O documento vai ser entregue por uma comitiva liderada pelos presidentes das câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos, Vítor Marques (independente) e Filipe Daniel (PSD), respetivamente, e que integra representantes locais de partidos políticos, membros da sociedade civil e representantes da Comissão Cívica de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, tendo uma área de influência constituída pelas populações destes três concelhos e ainda dos de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro), abrangendo 298.390 habitantes.
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