Em janeiro de 2006, um grupo de crianças num acampamento de verão em Waikato, na Nova Zelândia, acompanhado por um arqueólogo experiente, encontrou aquele que viria a ser identificado como o esqueleto fossilizado mais completo de um antigo pinguim gigante, conta o The Guardian.
Agora, um estudo publicado no Journal of Vertebrate Palaeontology anuncia uma nova espécie de pinguim pré-histórico, pelo que a descoberta está a ajudar os cientistas a preencher algumas lacunas na história natural, uma vez que as espécies de pinguins têm um registo fóssil que data quase desde a idade dos dinossauros.
"Encontrar fósseis perto do local onde vivemos recorda-nos que partilhamos o nosso ambiente com animais que são descendentes de linhagens que remontam a tempos anteriores", disse Mike Safey, que supervisionou todo o trabalho com o pinguim fóssil desde a sua descoberta. "Devemos agir como guardiões desses descendentes se quisermos que essas linhagens continuem no futuro", apontou.
Segundo os cientistas, o fóssil do pinguim tem entre 27,3 e 34,6 milhões de anos, correspondendo a uma época em que grande parte de Waikato estava debaixo de água. Além disso, este animal teria a particularidade de ter "pernas longas": estima-se que tivesse cerca de 1,6 metros de comprimento do dedo do pé à ponta do bico e 1,4 metros de altura quando estava em pé.
"Como e porquê que os pinguins se tornaram gigantes e porquê que não sobrou nenhum gigante? Fósseis bem preservados como este podem ajudar-nos a resolver estas questões", disse Safey, que tinha 13 anos na altura da descoberta.
"É meio surreal saber que uma descoberta que fizemos quando crianças, há tantos anos, está a contribuir para estudos de hoje. E é até uma nova espécie", apontou.
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