A declaração conjunta à imprensa, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, aconteceu durante a visita que o homólogo holandês Mark Rutte faz hoje a Portugal.
"Ao longo destes três anos, cada vez temos convergido mais na partilha de pontos de vista e isso é muito positivo, visto que a grande ambição que temos que ter coletivamente é que cada vez mais haja convergência no seio da União Europeia, porque isso é o grande fator de união entre todos nós", enalteceu o chefe do executivo português, António Costa.
Segundo o primeiro-ministro português, "como é normal numa União a 28", Portugal e Holanda não têm "posições coincidentes sobre todas as mesmas matérias".
"Mas tivemos a oportunidade de, com muita franqueza, explicar os pontos de vista de cada um, de procurar compreender os pontos de vista do outro", elogiou.
A troca de posições sobre as questões europeias foi outro dos temas que, segundo António Costa, fez parte do diálogo entre os dois primeiros-ministros.
"Temos, felizmente, uma posição comum, fundada muito na dimensão atlântica de ambos os países, numa longa tradição que ambos os países têm de relação com o mundo, de uma forma aberta", afirmou.
Esta "visão comum" tem permitido aos dois países "partilhar muitas posições conjuntas no seio do Conselho Europeu", sendo "muito importante neste momento a coordenação, tendo em vista a definição da próxima estratégia de médio prazo da União Europeia".
Mark Rutte coincidiu na avaliação, salientando essa aproximação entre Portugal e a Holanda como "muito boa" e destacou a capacidade de António Costa de encontrar soluções.
O primeiro-ministro holandês deu como exemplo a discussão sobre o orçamento da zona euro, que considerou indispensável para "uma Europa do crescimento" e "mais competitiva".
"E foi graças a António Costa e à sua visão que pudemos chegar a um acordo em dezembro. E isso é bom em si, porque conclui um debate de há vários anos, mas também porque começámos a focar-nos em tornar as economias europeias mais competitivas e mais resilientes", sublinhou.
Segundo Rutte, o primeiro-ministro português é "extremamente criativo na procura de soluções" e na "aproximação das diferenças".
"Admiro-o porque a política também é ser capaz de chegar a compromissos que são bons e nos levam para a frente", sustentou.
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