"Podem enfiar a vossa 'crise climática' no rabo", cantou Greta Thunberg em Glasgow, num momento captado por um dos manifestantes e partilhado pela própria na rede social Twitter. "Na Escócia...", escreveu, numa alusão à expressão "Em Roma, sê romano".

A ativista sueca está presente na cidade escocesa desde domingo, em conjunto com outros manifestantes que protestam contra o que consideram a ser a inação dos líderes políticos e das grandes empresas. Thunberg deverá liderar um grande protesto de milhares de jovens para um grande protesto da Greve Climática estudantil na sexta-feira.

A principal manifestação está prevista para sábado, 6 de novembro, designado como Dia Mundial pela Justiça Climática, uma marcha pela cidade de Glasgow na qual se esperam mais de 100.000 pessoas.

São também esperadas outras ações de desobediência civil, como ocupações de estradas e espaços públicos à semelhança das que tem acontecido em Londres nas últimas semanas.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.