Numa declaração enviada à Lusa, no final do depoimento, Loureiro confirmou que "prestou declarações como testemunha junto das autoridades competentes em Salvador", frisando estar "absolutamente alheio a tudo que se passou".
Em causa está a apreensão, pela Polícia brasileira, de 500 quilos de cocaína com destino a Portugal, escondida num avião particular do qual João Loureiro integrava a lista de passageiros.
Segundo disse à Lusa a Polícia Federal, Loureiro foi ouvido, presencialmente, durante quatro horas, período em que "apresentou a sua versão dos factos" e que será "comparada com as demais provas do inquérito".
"Foram extraídos arquivos do celular [telemóvel], como mensagens e fotografias, com a autorização do passageiro, e serão analisados para ver se se conferem o que foi declarado", indicaram as autoridades.
A PF frisou ainda que o antigo presidente do Boavista e filho de Valentim Loureiro está autorizado a "regressar a Portugal quando quiser", mas "foi advertido a informar qualquer mudança de endereço".
A versão apresentada por João loureiro foi de que viajou para o Brasil para "auxiliar um grupo empresarial" e que "no dia 10 de fevereiro tomou conhecimento da apreensão da droga na aeronave", ainda segundo fontes policiais.
A Polícia Federal do Brasil apreendeu, na semana passada, meia tonelada de cocaína com destino a Portugal escondida num avião particular da empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia, na sequência de uma inspeção que agentes daquela força policial fizeram à aeronave, estacionada na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.
"Com o apoio de especialistas criminais federais e cães treinados para detetar drogas, foram encontrados na aeronave outros esconderijos onde estava o resto da droga", informou a Polícia Federal em comunicado.
A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas.
Segundo informações da PF em Salvador, nenhum passageiro ou tripulante da aeronave foi detido ou está impedido de sair do país.
João Loureiro, que constava na lista de passageiros da aeronave, disse hoje à Lusa que "prestou declarações como testemunha junto das autoridades competentes em Salvador", frisando estar "absolutamente alheio a tudo que se passou".
"Como tal, fiz questão de continuar no Brasil até ser ouvido, porque quis dar a cara perante quem de direito, e quem não deve não teme. Aliás, aquando da apreensão em Salvador eu estava em São Paulo, o que é absolutamente factual e está provado. Agora, que cumpri a obrigação a que me propus, tratarei de calmamente organizar o meu regresso a Portugal", indicou, por mensagem, João Loureiro, agradecendo ainda a "solidariedade" que recebeu de "Portugal e de vários países lusófonos".
Embora não tenha produção própria de cocaína, o Brasil é um importante intermediário nas rotas de embarque para a Europa da droga produzida nos países andinos.
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