Desde segunda-feira, o SAPO24 tem estado a acompanhar ao minuto a evolução dos incêndios em Portugal continental. Veja aqui os principais pontos neste momento.

O que ardeu?

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam perto de 76 mil hectares.

Quais as previsões para as próximas horas? 

As próximas 24 horas “vão continuar a ser muito complexas” no combate aos incêndios que lavram há vários dias, alertou André Fernandes, comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Os incêndios “têm ainda muita intensidade e energia”, frisou.

Quais as ocorrências mais preocupantes? 

Existem neste momento 18 "ocorrências significativas". Os fogos estão centralizadas na região de Aveiro (dois), sub-região de Viseu Dão Lafões (cinco), Alto Tâmega e Barroso (quatro), Área Metropolitana do Porto (um), sub região do Douro (um) e Tâmega e Sousa (cinco).

Quais os incêndios que já estão controlados ou em fase de rescaldo?

O incêndio que começou domingo em Oliveira de Azeméis entrou hoje ao fim da tarde em fase de rescaldo, revelou fonte oficial desse município do distrito de Aveiro.

O Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil da Área Metropolitana do Porto confirmou: “O incêndio está neste momento dominado”.

O grande incêndio que lavrava desde terça-feira no sul do concelho de Paredes está controlado, com os meios no terreno de prevenção para eventuais reacendimentos, disse fonte da proteção civil municipal. “Agora, felizmente está tudo mais calmo”.

O incêndio, atualmente sem risco de propagação, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, consumiu vastas áreas das localidades de Sobreira e Aguiar de Sousa, mobilizando um grande dispositivo de combate, que chegou a ter mais de 130 bombeiros, apoiados por 43 viaturas e meios aéreos.

O incêndio que lavra desde segunda-feira em Gondomar está "em fase de conclusão", avançou hoje o presidente da câmara, Marco Martins, adiantando que os trabalhados de rescaldo vão demorar, pelo menos, 24 horas.

De acordo com a página da ANEPC, 160 operacionais, apoiados por 34 viaturas procedem agora aos trabalhos de rescaldo que, segundo o autarca, podem demorar, pelo menos, 24 horas.

No total, as autoridades mantêm o acompanhamento dos incêndios que entraram em fase de resolução e conclusão, num total de 22, entre eles dois dos quatro incêndios ativos que lavram entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro, em Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha.

Por outro lado, as autoridades conseguiram dominar na zona do Tâmega e Sousa o incêndio de Baião.

Quantos meios no terreno?

De acordo com o último balanço, no terreno estavam 1.625 operacionais, 508 meios terrestres e um meio aéreo a combater 34 incêndios ativos.

Para amanhã espera-se a chegada de uma brigada espanhola de 17 elementos com um helicóptero. Neste momento, já estão 130 militares espanhóis em Portugal.

Quantos mortos e feridos?

Hoje não foi registada qualquer vítima mortal.

Até agora, sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais dez em estado grave.

Todavia, a Proteção Civil contabilizou cinco mortos nos incêndios, não juntando as duas pessoas que morreram de morte súbita durante os fogos.

E pessoas retiradas de casa?

No dia de hoje há registo de 58 pessoas desalojadas, que vão passar a noite em cinco zonas de apoio à população — no total estão oito operacionais.

Ontem, a Proteção Civil referia que os fogos obrigaram a realojar 62 pessoas.

Quais as estradas cortadas? 

Num balanço feito cerca das 20:40, a GNR indica que, no distrito do Porto, a estrada nacional 108 (EN108), que estava cortada entre a rotunda da A41 E Melres, no concelho de Gondomar, foi reaberta.

Também no distrito de Vila Real, foi reaberta a estrada nacional 2 (EN2), na zona de Vila Pouca de Aguiar, e a estrada nacional 108 (EN108), na zona do Planalto de Monforte.

No distrito de Viseu, a estrada nacional 231 (EN231), que estava cortada entre Vila Viçosa e Mourelos, em Cinfães, foi reaberta, permanecendo, no entanto, totalmente cortadas ao trânsito as estradas nacionais 228 (EN228), entre Figueira Alva - Fermentel, e entre Pindelo e Ponte Pedrinha, e 225 (EN225), entre Cabril e Pinheiros.

Em Aveiro, permanecem também totalmente cortadas as estradas nacionais 333 (EN333), entre Talhadas e Águeda, e 326-1 (EN326-1), entre Canelas e Alvarenga.

O país está em alerta? 

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.

O que fazer em caso de emergência durante a noite?

  • Caso aviste um incêndio ainda não identificado, deve ligar para o 112;
  • Se estiver numa zona próxima dos incêndios ativos, deve informar-se sobre os caminhos de evacuação e os locais de abrigo ou refúgio coletivo da zona onde habita, para conseguir ter uma ação mais rápida em caso de proximidade do fogo;
  • Um incêndio rural envolve risco para as pessoas, pelo que deve obedecer às indicações dadas pelas autoridades e tentar prejudicar a ação dos bombeiros;
  • Se não correr perigo e tiver vestuário adequado (roupa de manga comprida, botas e luvas), tente extinguir o incêndios com pás, enxadas ou ramos;
  • Se o incêndio estiver perto da sua casa, avise os vizinhos, corte o gás e molhe as paredes, as telhas e os arbustos próximos;
  • Se o fogo se aproximar, afaste o que possa arder junto às janelas e coloque toalhas molhadas nas frestas;
  • Em caso de evacuação iminente, deverá manter os documentos mais importantes do agregado familiar, bem como o boletim sanitário dos animais de estimação, em local seguro e de fácil acesso para serem transportados;
  • Deve ter também um kit preparado com alguns bens essenciais: medicamentos, água, estojo de primeiros socorros, comida não perecível, dinheiro, muda de roupa, lanterna, apito e telemóvel com bateria.

Quais as medidas em caso de exposição ao fumo dos incêndios? 

A Direção-Geral da Saúde (DGS) fez hoje recomendações sobre o que fazer em situação de inalação de fumos dos incêndios.

Com o alerta de risco de incêndio a vigorar, a Direção-Geral da Saúde avisa que “a inalação de fumos ou de substâncias irritantes químicas, e o calor podem provocar danos nas vias respiratórias”.

  • Evitar a exposição ao fumo “é a forma mais efetiva de prevenir danos”;
  • Perante a situação de inalação de fumos, a DGS recomenda retirar a pessoa do local e evitar que respire o fumo ou esteja exposta ao calor;
  • Verificar se a pessoa apresenta “sinais de alarme”, queimaduras faciais, sinais de dificuldade respiratória e alteração do estado de consciência;
  • Em caso de necessidade ou para mais informações, ligar para o SNS24 (808 24 24 24) e em situação de emergência para o 112;
  • Ingerir leite em caso de intoxicação por fumo é um mito. “Não vem descrito em artigos científicos a sua utilidade. O leite não é um antídoto do monóxido de carbono”, realça ainda a DGS.