Na sessão plenária da Assembleia Municipal, Rita Vieira deu o seu testemunho, informando os presentes de que foi despejada na segunda-feira pela autarquia, após ter ocupado um apartamento devoluto num prédio municipal em Telheiras.
“Fui despejada ontem [segunda-feira] pela Câmara Municipal de Lisboa, com as minhas duas filhas. E, ao contrário do que é dito pela Câmara Municipal, não tenho para onde ir”, começou por dizer Rita Vieira.
Devido a conflitos familiares, foi obrigada a sair dessa casa e, “devido ao preço da habitação”, foi forçada a sair de Lisboa, contou, acrescentando que na segunda-feira, quando as filhas, de 3 e 9 anos, “saíram da escola, já não tinham um teto”.
Na sequência deste caso, os eleitos do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Lisboa fizeram um requerimento à autarquia em que questionam o executivo sobre que “diligências foram já tomadas no sentido de encontrar uma alternativa para a cidadã e sua família”.
Os bloquistas querem ainda saber se foi dado acompanhamento social a esta família e de que forma, bem como se “foi solicitada a presença por parte da Câmara Municipal de Lisboa de acompanhamento social à família aquando da ação de despejo”.
A vereadora da Habitação, Paula Marques, declarou que o município tem feito nos últimos anos “a maior intervenção de reabilitação no património municipal que alguma vez foi feito”, embora tenha admitido que é necessário “fazer mais”.
Paula Marques garantiu ainda que há um acompanhamento, por parte da Polícia Municipal e da empresa municipal Gebalis , por exemplo, que vão a casa das pessoas para saber “qual a situação da família em termos de vulnerabilidade social”.
A responsável pela pasta da Habitação no município lisboeta, liderado pelo socialista Fernando Medina, admitiu que as pessoas presentes na assembleia gostariam de ouvir que todas as ocupações de casas iriam ser regularizadas, mas afirmou que “isso não é possível, não vai acontecer”, comprometendo-se a “ver cada uma das situações”.
Enquanto Paula Marques falava, o grupo presente na plateia permaneceu levantado e, em protesto, gritou palavras de ordem como “não chega”, “queremos uma conversa” e “é pouco”.
Comentários