“Depois de tanto investimento na restruturação da vinha, nos últimos 20 anos, e que permitiu chegar a padrões de qualidade, abrir a possibilidade de haver outras castas completamente diferentes das nossas tradicionais poderia pôr em causa esse enorme esforço que colocou os vinhos portugueses e os europeus no ‘top’ mundial”, disse Luís Capoulas Santos.
Para o ministro, a introdução de castas que produzem vinho de baixa qualidade pelo motivo de serem mais resistentes a doenças, o que reduz o uso de pesticidas, seria “uma decisão muito arriscada e desadequada”, tendo manifestado a oposição portuguesa.
“Do nosso ponto de vista, as propostas da comissão não estão suficientemente fundamentadas”, adiantou aos jornalistas portugueses o ministro, à margem de uma reunião com os seus homólogos da UE.
A proposta da Comissão Europeia é contestada por Portugal e outros 11 Estados-membros que no seu conjunto representam 90% da produção europeia de vinho e defendem a manutenção do ‘status quo’.
A proposta do executivo comunitário, que não disponibilizou aos ministros os estudos que fundamentam a mesma, prevê a possibilidade de os Estados-membros e setor vinícola usarem variedades de uvas que pertencem às espécies Vitis Labrusca e castas Noah, Othello Isabelle, Jacquez, Clinton e Herbemont, que estiveram durante anos banidas por razões que Bruxelas já não considera válidas.
Para além de Portugal, a proposta é contestada por países grandes produtores de vinho de qualidade, como a França, Espanha, Itália e Grécia, que concordam que esta põe em causa a reputação dos vinhos europeus.
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