No final de uma reunião de chefes de diplomacia dos 28, que teve como um dos principais pontos em agenda a “preparação do intenso trabalho” previsto para o próximo ano entre União Europeia (UE) e União Africana (UA), “que culminará na realização da cimeira entre as duas organizações internacionais”, Augusto Santos Silva indicou que, apesar de ter ficado acordada na cimeira anterior (em 2017, em Abidjan) que a próxima deveria realizar-se daí por três anos (2020), está em aberto a possibilidade de a mesma ter lugar no início de 2021, ou seja, no arranque da próxima presidência portuguesa do Conselho da UE.
“Eu ainda hoje, na intervenção que fiz, renovei a disponibilidade de Portugal para participar ativamente neste processo, incluindo, se for necessário, a disponibilidade para que a cimeira se realize na presidência portuguesa (…) Portugal propôs a sua disponibilidade para acolher a cimeira exatamente porque os prazos previstos entre cimeiras não são o único critério ou critério determinante”, sustentou.
Garantindo que “não há nenhum ‘braço de ferro’ com a Alemanha” (que assegura a presidência rotativa da UE no segundo semestre de 2020), até porque a marcação da cimeira é competência do presidente do Conselho Europeu (Charles Michel) e da União Africana, e que Portugal não sentirá qualquer “dissabor” caso não acolha a próxima cimeira com África, Santos Silva lembrou que a primeira cimeira UE-África teve lugar em 2000, durante uma presidência portuguesa, e a segunda – a primeira em solo europeu – realizou-se em 2007, em Lisboa, novamente durante a presidência portuguesa.
“Basta esse registo para perceber que Portugal tem provas dadas neste domínio”, comentou, ainda que insistindo que “para Portugal, é mais importante a substância da relação da Europa, com África, do que propriamente saber onde e quando se realiza a cimeira”.
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