A posição foi expressa na declaração final da III Cimeira Bilateral Luso-Moçambicana dirigida hoje, em Maputo, pelo primeiro-ministro português, António Costa, e pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi.
O candidato português deverá suceder à são-tomense Maria do Carmo Silveira, cujo mandato termina a 31 de dezembro, lê-se na declaração.
Costa e Nyusi reiteram ainda um "compromisso em continuar a trabalhar, de forma concertada, em prol do fortalecimento e aprofundamento da CPLP, apoiando "a visão estratégica 2016-2026" e o "objetivo de mobilidade e da circulação, visando a construção de uma cidadania da CPLP".
O nome do embaixador Francisco Ribeiro Telles foi anunciado em março como o escolhido por Portugal para o cargo de secretário-executivo da CPLP no biénio 2019-2020, aguardando agora a confirmação na cimeira da organização em 17 e 18 de julho, na ilha do Sal, Cabo Verde.
Ao longo da sua carreira, Francisco Ribeiro Telles já foi embaixador em Roma, em Luanda e em Brasília.
Em fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, tinha dito que Portugal iria nomear um representante para assumir o secretariado-executivo da CPLP, como ficou previsto há cerca de dois anos.
"Nós, na próxima cimeira tomaremos a decisão em relação ao próximo secretário-executivo", disse Santos Silva na altura, à margem de uma visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa a São Tomé.
O ministro lembrou que o acordo celebrado na altura "entre todos os países-membros" da CPLP e teve a ver com a decisão de evitar que um país africano ficasse pela primeira vez na história da organização afastado dos órgãos decisórios da comunidade, uma vez que o Brasil teria a presidência e caberia a Portugal escolher o secretário-executivo.
A escolha da personalidade que iria suceder ao moçambicano Murade Murargy no secretariado-executivo da CPLP causou mal-estar na comunidade, depois de alguns países terem invocado a existência de um “acordo de cavalheiros” segundo o qual Portugal abdicava de ocupar este cargo por acolher a sede da organização em Lisboa.
Segundo a sucessão, que decorre normalmente por ordem alfabética, caberia a Portugal assumir o lugar no biénio 2017-2018.
Durante uma reunião dos chefes da diplomacia da CPLP em Lisboa, em março de 2016, o Governo português cedeu a vez a São Tomé e Príncipe - o país que se seguiria a Portugal -, ficando desde logo acordado que aquele país africano abdicaria de renovar o mandato, como tradicionalmente acontece.
Na ocasião, o ministro Augusto Santos Silva explicou que a decisão pretendia garantir que um país africano ocupasse um dos dois cargos de responsabilidade da CPLP, já que o Brasil assumiu a presidência ‘pro tempore’ entre 2016 e 2018.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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