Portugal tem, entre os Estados-membros da União Europeia (UE), uma das taxas mais baixas de emprego nos ciganos, de 31%, numa diferença de 45 pontos percentuais face à população em geral, revela um relatório hoje publicado.
Um relatório da Comissão Europeia sobre o Emprego e a Evolução Social na Europa em 2023 revela que “existem fortes diferenças no emprego entre a população em geral e os grupos vulneráveis, como as pessoas com deficiência e os ciganos”, nomeadamente em Portugal.
“Em 2021, as taxas de emprego mais elevadas para os ciganos foram estimadas na Hungria (62%, uma diferença de cerca de 17 pontos percentuais) e em Itália (61%, uma diferença de cerca de dois pontos percentuais), com as taxas mais baixas em Espanha (25%, uma diferença de cerca de 43 pontos percentuais) e Portugal (31%, uma diferença de cerca de 45 pontos percentuais)”, elenca o executivo comunitário no documento.
Ainda no que toca à integração de ciganos no mercado de trabalho, um inquérito da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia divulgado no ano passado indica que a taxa de emprego remunerado das pessoas ciganas com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos é inferior à taxa oficial de emprego da população em geral em países como Portugal, Espanha, Croácia, República Checa, Grécia, Hungria, Itália e Roménia.
Relativamente à integração de pessoas com deficiência no mercado de trabalho em 2022, a diferença de emprego face à população em geral diminuiu 1,7 pontos percentuais em relação a 2021, “mas permaneceu muito elevada, com 21,4%”, segundo o executivo comunitário.
Este relatório da Comissão Europeia revela em termos gerais que, apesar do impacto da invasão russa da Ucrânia que resultou num abrandamento económico no segundo semestre do ano passado, “os mercados de trabalho da UE demonstraram uma resiliência notável em 2022”.
No ano passado, a economia da UE cresceu 3,5% e as taxas de emprego atingiram um máximo histórico de 74,6%, com 213,7 milhões de pessoas empregadas no espaço comunitário esse ano, enquanto as taxas de desemprego alcançaram um mínimo histórico de 6,2%.
No entanto, o relatório dá conta de que persistem desafios com uma baixa representação no mercado de trabalho de certos grupos, como as mulheres ou as pessoas com deficiência.
Mencionada é ainda a situação económica dos agregados familiares, nomeadamente devido aos acentuados aumentos dos preços da energia, tendo-se verificado pobreza energética particularmente elevada na Bulgária (22,5 %), na Grécia (18,7 %), na Lituânia e em Portugal (ambos com 17,5 %)
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