Numa nota publicada hoje no Portal Diplomático, o executivo português saúda “todos os candidatos e forças partidárias” que se apresentaram às eleições legislativas guineenses no passado domingo e “felicita os 102 membros eleitos para a Assembleia Nacional Popular da República da Guiné-Bissau e a coligação PAI-Terra Ranka, que obteve a maioria dos votos parlamentares e foi incumbida pelo Presidente da República [Umaro Sissoco Embalo] de formar Governo nos termos constitucionais”.

“No seguimento da declaração preliminar da Missão de Observação Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa sobre as eleições legislativas de 4 de junho na República da Guiné-Bissau, cujos resultados foram hoje anunciados, o Governo português saúda o povo e as instituições guineenses pela forma exemplar e participada como decorreu o processo eleitoral democrático”, acrescenta a nota.

O executivo liderado por António Costa reitera a sua “firme vontade e empenho em continuar ao lado da Guiné-Bissau e a aprofundar a excelente cooperação bilateral e a parceria que unem” os dois países, “refletindo a amizade fraterna” entre ambos os povos, adianta ainda.

A coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) — Terra Ranka venceu as legislativas da Guiné-Bissau com maioria absoluta, obtendo 54 dos 102 deputados do parlamento, segundo os resultados provisórios anunciados hoje pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A coligação é liderada por Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu sem maioria as legislativas de 2019 com 47 deputados, e inclui também a União para a Mudança, o Partido da Convergência Democrática, o Movimento Democrático Guineense e o Partido Social-Democrata.

O Presidente Sissoco Embaló admitiu hoje nomear Domingos Simões Pereira como primeiro-ministro, depois de ter dito o contrário durante a campanha eleitoral.

“Eu sei o que disse, mas um político tem de recuar pelo bem-estar da nação”, afirmou o chefe de Estado, numa mensagem à Nação, no Palácio da Presidência, em Bissau.

Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15), liderado por Braima Camará, obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019.

Em terceiro lugar ficou o Partido de Renovação Social (PRS) com 12 deputados, uma grande descida em relação ao resultados das últimas legislativas, quando obteve 21 assentos.

O Madem-G15 e o PRS faziam parte do Governo guineense desde 2020, depois de o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, ter demitido o primeiro-ministro Aristides Gomes, que liderava o executivo do PAIGC.

O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.

Nas legislativas de 2019, Botche Candé foi eleito deputado pelo PRS e assumiu as pastas do Interior e da Agricultura no Governo, que agora cessa funções.

O grande derrotado das eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido — Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.

Quase 900.000 eleitores guineenses foram chamados às urnas no domingo para escolher os novos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular, de onde sairá a formação do próximo Governo, depois de o Presidente guineense ter dissolvido o parlamento em maio de 2022.