Sob o lema: “Vacine hoje e proteja-se por toda a vida”, a campanha decorre de 09 a 18 de maio e visa imunizar 2.052.423 pessoas, cerca de 95% da população guineense, afirmou Tami.

“A vacinação vai abranger crianças dos nove meses até pessoas com 60 anos. Se atingirmos o número previsto assim o país terá pouca probabilidade de sofrer uma epidemia da febre-amarela”, declarou o coordenador da vacinação na Guiné-Bissau.

O responsável do Ministério da Saúde apelou à presença dos guineenses nos postos de vacinação a serem montados “um pouco por todo o lado” e avisou que, finda a campanha, as vacinas contra a febre-amarela só serão ministradas, de forma rotineira, às crianças nos hospitais e centros de saúde.

Mário Tami afirmou que a primeira vez que se introduziu a vacina contra a febre amarela na Guiné-Bissau independente foi no ano 2008, para crianças, e que, de lá para cá, apenas pessoas que viajam ao exterior recebem vacinas contra a doença.

“Essas crianças de 2008 que receberam a vacina hoje estão com 17 anos e os viajantes para o exterior serão os únicos guineenses com alguma imunidade o resto da população não tem imunidade contra a febre-amarela”, declarou o médico.

Mário Tami notou que a Guiné-Bissau tem uma “baixa vigilância epidemiológica” e uma cobertura vacinal “também baixa”, mas que, para a campanha que se avizinha, o país tem “vacina suficiente e eficaz que dá imunidade de 95%”.

O responsável disse ainda que não há registos de casos da febre-amarela na Guiné-Bissau desde a independência, mas também salientou que o país não tem laboratórios especializados para determinar se a doença chegou ou não ao país.

“Em caso de suspeitas, podemos recolher as amostras e levar para o Instituto Pasteur em Dacar”, frisou Mário Tami, referindo-se ao laboratório existente no vizinho Senegal.

O médico lembrou que alguns vizinhos da Guiné-Bissau enfrentam regularmente surtos e até epidemias da febre-amarela, pelo que o país se deve precaver, disse.

Mário Tami adiantou que a Guiné-Bissau, ainda sob a jurisdição de Portugal, sofreu um surto da febre-amarela na ilha de Bubaque, no arquipélago dos Bijagós, tendo, então, causado a morte a 20 das 46 pessoas infetadas com a doença.

Ainda no mesmo período, um surto da mesma doença terá atacado algumas comunidades guineenses entre 1942 e 1943, tendo causado a morte a oito pessoas, assinalou Tami.

A primeira campanha de vacinação contra a febre-amarela na Guiné-Bissau é cofinanciada pelo Governo do país em parceria com a GAVI (Aliança Global para Vacinas, em sigla inglesa), uma parceria público-privada que visa proteger crianças e pessoas em países em desenvolvimento, aumentando o acesso à vacinação e prevenindo doenças.

Portugal é um dos membros da aliança, com uma contribuição atual de 2,5 milhões de euros para o período de 2026 a 2030.