O "Aeros MH-1", um nanossatélite de 4,5 quilos, seguiu num foguetão Falcon 9, que descolou da base da empresa SpaceX de Vandenberg, no Estado da Califórnia.
A descolagem do foguetão foi seguida com entusiasmo pelas centenas de pessoas que se reuniram nas instalações do centro de engenharia CEiiA, em Matosinhos, onde se ouviram gritos e aplausos ao sucesso do segundo satélite português - o primeiro desenvolvido, construído e operado em Portugal.
O engenho ganhou a designação de "MH-1" numa homenagem a Manuel Heitor, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que, enquanto esteve em funções, foi um dos impulsionadores do projeto, de acordo com o consórcio nacional de empresas e instituições académicas que concebeu, construiu e opera o satélite.
O lançamento do "Aeros MH-1", transmitido em direto pela SpaceX, ocorre 30 anos depois do envio do primeiro satélite português, o "PoSat-1", um microssatélite de 50 quilos que entrou na órbita terrestre em setembro de 1993, mas foi desativado ao fim de uma década.
O "Aeros MH-1" irá ficar posicionado a 510 quilómetros de altitude da Terra, ligeiramente acima da Estação Espacial Internacional, para observar em particular o oceano Atlântico durante três anos.
Junto com o nanossatélite português seguiram no foguetão da SpaceX, empresa do magnata Elon Musk, outros pequenos satélites, que seriam colocados em órbita após a separação de um dos módulos do veículo.
O módulo principal do foguetão, reutilizável, regressou à mesma base poucos minutos depois da descolagem, às 22:12.
O "Aeros MH-1" separou-se do segundo módulo do foguetão às 23:00 para entrar na sua órbita.
As comunicações e a recolha de dados e imagens do "Aeros MH-1", quando estiver operacional, irão ser feitas a partir do teleporto de Santa Maria, nos Açores, mantido pela Thales Edisoft Portugal, empresa que lidera o consórcio nacional.
O centro de engenharia CEiiA, um dos parceiros e que construiu o nanossatélite, irá processar os dados e as imagens para efeitos de estudos científicos.
As universidades do Algarve, Porto e Minho, o Instituto Superior Técnico e o Imar - Instituto do Mar, entre outros, dão o suporte científico à missão, à qual se associou também o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla inglesa), nos Estados Unidos, através do programa de cooperação MIT-Portugal.
O nanossatélite, que começou a ser trabalhado em 2020, representa um investimento de 2,78 milhões de euros, cofinanciado em 1,88 milhões de euros pelo Feder – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Comentários