“A Portugal cabe 1,5% do total. O aumento de 3,5 mil milhões […] significa para Portugal qualquer coisa como 170 milhões de euros até 2027, se a totalidade for gasta”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, no Luxemburgo.
Falando à imprensa portuguesa no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da UE, no dia em que os 27 decidiram aumentar em 3,5 mil milhões de euros as verbas do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP), que ascendem agora a cerca de 12 mil milhões de euros, João Gomes Cravinho salvaguardou que este montante referente a Portugal “é o que está em cima da mesa, é uma possibilidade, dependendo da necessidade de se gastar esse dinheiro”.
“Não há nenhum ministro das Finanças dos 27 que fique alegre com a necessidade de investirmos tanto dinheiro no MEAP, mas creio que todos os ministros das Finanças e todos os primeiros-ministros e Presidentes no âmbito da UE percebem que é necessário fazer esse esforço, atendendo às circunstâncias excecionais que vivemos”, referiu o governante.
Precisamente depois dos desenvolvimentos do passado fim de semana, dadas as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, João Gomes Cravinho defendeu ainda a “necessidade de se manter o foco no apoio à Ucrânia, apoio militar e isso passa pelo aumento em 3,5 mil milhões de euros para o MEAP e também o apoio político, que passou pelo 11.º pacote de sanções, que foi aprovado” visando combater a evasão das medidas restritivas.
Os 27 Estados-membros da UE decidiram hoje aumentar em 3,5 mil milhões de euros o teto financeiro do MEAP, para assegurar a sustentabilidade deste instrumento e assegurar a resposta a conflitos, que tem vindo a ser usado para entregar munições às Forças Armadas ucranianas.
“Esta decisão tem como propósito assegurar a sustentabilidade financeira do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz [MEAP] a longo prazo, preservar a sua abrangência geográfica global e a capacidade de a UE prevenir e responder com prontidão a crises e conflitos”, indicou o Conselho da UE na nota.
O MEAP foi criado em 2021 para apoiar parceiros da UE nas áreas militar e da defesa, com o principal objetivo de prevenir os conflitos, preservar a paz e reforçar a segurança e a estabilidade internacionais.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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