O rastreio gratuito começa esta semana no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, e a partir de maio vai estender-se pelo país e pelas regiões autónomas. A ideia é que seja feito pelo menos uma vez por ano em todos os distritos.
Através deste rastreio é possível fazer o diagnóstico precoce de várias doenças típicas dos profissionais da voz, como cantores ou atores, segundo explicou à agência Lusa a médica Clara Capucho, fundadora da Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz.
“O rastreio é uma forma de chamar a atenção dos cantores e dos atores portugueses para os cuidados regulares que devem ter com o seu aparelho vocal: a exigência permanente a que a voz profissional está sujeita desenvolve algumas patologias que, se não forem detetadas cedo e corrigidas, podem comprometer a prazo a qualidade do desempenho artístico”, referiu a cirurgiã otorrinolaringologista.
Clara Capucho vai deslocar-se em cada mês a duas capitais de distrito para realizar ações de rastreio a profissionais da voz mas que também serão abertos à população geral.
A nível local as autoridades regionais vão depois anunciar previamente as unidades de saúde onde serão realizados os rastreios, dando oportunidade às pessoas para se inscreverem.
Segundo Clara Capucho, a laringite crónica de refluxo é uma das doenças mais comuns entre os profissionais da voz, em quem também são frequentes as lesões que surgem por má colocação da voz.
Este primeiro rastreio da voz artística resulta de uma iniciativa da GDA (entidade que em Portugal gere os direitos de propriedade intelectual de músicos, atores e bailarinos), em parceria com o Ministério da Saúde e o Hospital Egas Moniz.
No sábado, véspera do Dia Mundial da Voz, será apresentado publicamente em Lisboa, no Teatro Nacional D. Maria II, este rastreio nacional de voz.
Esta semana haverá já rastreios gratuitos no Hospital Egas Moniz. Hoje e terça-feira os dias são dedicados a guias, intérpretes e tradutores, na quarta-feira será a vez dos fumadores e na quarta-feira será dedicado aos profissionais da voz como atores e cantores. Os rastreios repetem-se no Egas Moniz na semana seguinte.
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