“Os argumentos do Sintac são falsos, nomeadamente quando diz que a empresa não cumpre com os pagamentos de feriados, com a evolução das carreiras ou que 90% dos trabalhadores teve nota negativa nas avaliações”, sustenta, em comunicado, a empresa de assistência em terra nos aeroportos [‘handling’].
Segundo a Portway, o anúncio da greve surge depois de o sindicato “ter sucessivamente recusado compromissos que permitem melhorar as condições remuneratórias dos trabalhadores, dentro das possibilidades da empresa”.
Conforme sustenta, no âmbito do “diálogo que tem mantido com vários sindicatos, incluindo o Sintac, com quem tem acordos de empresa em vigor”, a Portway apresentou propostas de atualização de tabela salarial, do valor das diuturnidades e do valor dos feriados em escala, assim como de “suspensão das avaliações e anulação dos seus efeitos”.
Acusando o Sintac de não estar “a assegurar o interesse dos trabalhadores da Portway”, a empresa alerta que, “mais uma vez, a ameaça de greve paira sobre um dos momentos do ano mais importantes para a recuperação económica de um setor que luta com as enormes perdas acumuladas de dois anos de pandemia”.
“Ao pôr em causa a operação da Portway na Páscoa, esta greve contribui para dificultar ainda mais a sobrevivência da empresa. E sem qualquer motivo que o justifique, como fica claro”, sustenta.
Neste contexto, a Portway sublinha a sua “disponibilidade e persistência para encontrar soluções e chegar a um acordo, apesar da precária situação financeira em que se encontra” e avisa que “a impossibilidade de se conseguir um consenso com todos os sindicatos coloca em causa a estabilidade da empresa e cria dificuldades no dia-a-dia, desequilibrando princípios de equidade interna”.
“É fundamental que a empresa tenha estabilidade operacional para alavancar a retoma da atividade e para não pôr em causa a retoma da atividade aeroportuária, das companhias aéreas e do setor do turismo”, salienta.
Sustentando que “a prioridade tem de ser a recuperação da empresa, muito penalizada nos últimos dois anos, por forma a garantir a sua sustentabilidade financeira”, a Portway alerta que sua recuperação “depende de haver estabilidade e não se compadece com a convocação sucessiva de greves que têm apenas o objetivo de provocar agitação social”.
A Portway diz ainda reconhecer “todo o esforço efetuado pelos seus colaboradores”, apelando ao “bom senso nesta situação” e assumindo “o compromisso de partilhar com todos o resultado da recuperação do mercado, que ainda é possível que se venha a verificar até ao final do ano”.
Finalmente, garante continuar “aberta ao diálogo social, na expectativa de que seja possível convergir em soluções que ajudem à recuperação e à estabilidade na empresa”.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) anunciou na sexta-feira ter emitido um pré-aviso de greve ao trabalho na Portway, em todos os aeroportos onde a empresa opera, nos dias 15, 16 e 17 de abril, ou seja, no fim de semana da Páscoa.
Em comunicado, o sindicato alegou que a Portway “não cumpre com o pagamento de feriados, conforme estipulado em Acordo de Empresa”, “não cumpre com a devida evolução das carreiras, conforme estipulado no Acordo de Empresa 2016”, e “efetivou um sistema de avaliação em que 90% dos trabalhadores obtiveram nota negativa e sem qualquer possibilidade de recurso, impossibilitando assim a progressão da carreira”.
“Para agravar a situação, a Portway discrimina trabalhadores, afirmando inclusivamente em sede de Ministério do Trabalho que a suposta avaliação só é válida para certos trabalhadores filiados em determinados sindicatos”, sublinhou o sindicato, na mesma nota.
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