O Parlamento Europeu decidiu, esta quinta-feira, atribuir o Prémio Sakharov 2016 de direitos humanos às yazidis Nadia Murad e Lamiya Alji Bashar, que foram resgatadas das mãos dos 'jihadistas' do Estado Islâmico, anunciou o grupo político dos Liberais (ALDE).
Murad e Bashar foram raptadas na aldeia de Kocho, no norte do Iraque, em agosto de 2014. Murad conseguiu libertar-se do cativeiro três meses depois. Bashar fugiu no mês seguinte, tendo, no entanto, sido atingida na fuga pela explosão de uma mina terrestre. As duas mulheres estão exiladas na Alemanha.
O Parlamento Europeu apoia os Direitos Humanos através do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, instituído em 1988.
O prémio, no valor de 50 mil euros, deverá ser entregue dia 14 de dezembro, em Estrasburgo.
Os outros dois finalistas na edição deste ano do Prémio Sakharov eram o jornalista turco Can Dundarn, detido depois de o jornal que dirige ter noticiado o alegado contrabando de armas dos serviços de informações do país para rebeldes na Síria, e Mustafa Dzhemilev, líder tártaro na Crimeia (território ucraniano anexado pela Rússia), defende os direitos humanos e das minorias há mais de 50 anos.
Em 2015, o prémio distinguiu o blogger saudita Raif Badawi, que cumpre uma pena de dez anos de prisão por "insultos ao Islão".
Nelson Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os primeiros galardoados, em 1988.
Em 1999, o galardão foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, ao bispo Zacarias Kamwenho (Angola).
O prémio tem o nome do cientista russo laureado com o Prémio Nobel da Paz, em 1975. Andrei Sakharov manifestou-se publicamente em prol da liberdade e contra a utilização abusiva de uma das suas principais invenções, a bomba de hidrogénio.
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