Merkel, batatas e o cosmos
Há oito anos, a chanceler Angela Merkel revelava ao mundo que um dos seus pratos favoritos era sopa de batata. E, apesar de ser conhecida por ser muito reservada no que aos aspectos da sua vida privada concerne, resolveu revelar alguns "segredos" nos últimos tempos.
"Esmago sempre as batatas com um amansador, nunca com um espremedor de batatas. Desta forma, ficam alguns pedaços inteiros", contou à revista "Bunte" aquela que muitos consideram ser a mulher mais poderosa da Europa.
Este mês de setembro, durante uma conferência de imprensa repleta de crianças, a chanceler revelou alguns elementos insólitos da sua personalidade. Adiantou que os seus animais favoritos são "os ouriços, os elefantes e as lebres". Confidenciou também que a espaguete à bolonhesa lhe aguça o apetite e que o seu passatempo favorito é "cultivar batatas".
Quanto à profissão que gostaria de desempenhar caso não estivesse à frente do seu país, Merkel confidenciou que trocaria o seu lugar de chanceler para ser um "astronauta que voa em redor da Terra".
Limitar o preço da cerveja, prescrever cocaína e legalizar o álcool durante a condução
O Die Partie é sinónimo de sátira. É importante ressalvar desde o início destas linhas esta figura de estilo. Ainda assim, não deixa de ser um partido que invade as campanhas eleitorais de outros partidos — que o diga a CDU e chanceler Merkel, que procura o seu quarto mandato —; que conseguiu colocar o seu fundador no Parlamento Europeu e que reclama o trono nas redes sociais.
O sucesso não é de admirar, visto que avança com promessas do calibre "legalização da condução sob o efeito do álcool", "introdução da prescrição médica de cocaína", e propõe-se raptar o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan.
Criado em 2004, foi fundado pelos editores da revista satírica "Titanic". E, nos últimos tempos, tem ganho uma dimensão e tração no espectro político alemão. Nem que seja pela polémica que instalou ao aparecer com cartazes com a mensagem a "Merkel é parva".
O partido também exige que os tribunais alemães julguem os russos (visto que são "responsáveis por tudo"), aqueles que "não pagam as rendas" e os "atrasos dos comboios".
De acordo com o The Guardian, nas redes sociais, o Die Partie tem ganho terreno muito por culpa do comediante Serdar Somuncu (nascido na Turquia), mas também devido às suas acções para chocar ou escandalizar os internautas — ou não tivessem publicado um anúncio no site pornográfico YouPorn ou invadido 31 grupos no Facebook do partido Alternativa para a Alemanha (Adf) para "reparar a internet".
No seu manifesto, ainda de acordo com o jornal britânico, o partido jura que vai introduzir um sistema onde os votos em referendos nacionais vão ser anulados se os eleitores não souberem responder a questões simples como "Onde fica a capital de Paris?". Este sistema é descrito como sendo uma "epistocracia [muito redutoramente, trata-se de uma sociedade onde só vota quem conhecer política] moderada".
Em 2014, o Die Partie conseguiu eleger seu fundador, Martin Sonneborn, ao Parlamento Europeu com slogans como "Merkel é parva", "Merkel é gorda", ou ainda "Não à Europa, Sim à Europa".
Plano para emagrecer
O líder dos liberais do FDP, o carismático Christian Lindner, de 38 anos, aparece nos cartazes de campanha do seu partido com uma barba de três dias e um olhar penetrante.
Mas antes de se gabar do seu físico, Lindner foi um adolescente obeso, como confessou ao jornal "Bild": "Aos 14 anos pesava quase 100 quilos, e tinha 10 centímetros a menos (de altura) do que agora".
Depois de uma restrição alimentar draconiana e de muita corrida, afirmou ter perdido 30 quilos.
"Agora, com 1,86 metros, peso 80 quilos".
Nas redes sociais, não faltaram piadas sobre o líder do FDP, como um slogan "a cada 11 segundos, um liberal se apaixona por si mesmo".
Naturismo? "Era uma prática que tinha um toque de classe"
Gregor Gysi, de 69 anos, é um veterano da política alemã e um dos líderes da esquerda radical do país. E lamenta que a prática do nudismo esteja em baixa durante a sua campanha eleitoral. Entende que é preciso tirar mais vezes a roupa. E é por isso que quer mais praias destinadas ao nudismo.
Porquê? Ora, de acordo com o The Guardian, Gysi sente que a histórica tradição alemã do nudismo está a perder fulgor e que se está a perder um hábito antigo — algo que, na sua opinião, se tem agravado desde que as autoridades têm apertado o cerco à prática em várias praias (artificiais) em Berlim.
A população com mais alguma idade está igualmente na luta. Não é só este político. Ao Bild, Gunther Fassbender, de 76 anos, e Andrea Feddern, 53, alegam que o "naturismo é cultura, um sentimento de vida que tem de ser preservado".
É que para Gysi, os bikinis conseguem ser mais eróticos do que a própria nudez. Isto porque no tempo em que era jovem, na Alemanha de Leste, acompanhava a mãe a estas praias (onde a prática era algo comum) e na maior parte dos casos as mulheres que praticavam o nudismo eram de todas as idades, formas e feitios.
"É uma pena que o naturismo perca gradualmente o terreno, já que o #FKK (termo alemão para o nudismo) era uma prática que tinha um toque de classe, e não era realmente erótica", escreveu no Twitter.
Quando questionado se ele próprio ousaria tomar sol de corpo nu, saiu pela tangente e desconversou: "Há limites para tudo".
Hip-hop no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão)
Fundado em fevereiro deste ano, em Berlim, o partido Die Urbanen (Os Urbanos) tem como objetivo levar a cultura do hip-hop ao Bundestag, alegando que se trata de um "movimento emancipatório global".
Regem-se pelos seguintes princípios: participação, realização pessoal, competência criativa e crítica ao poder. Sendo que estes devem impregnar a resolução de conflitos políticos de forma "coletiva e não violenta".
O partido espera alcançar através do hip-hop a justiça e a igualdade.
Eleições para 24 de setembro
Angela Merkel liderava as intenções de voto para as eleições de 24 de setembro na Alemanha segundo uma sondagem divulgada a 13 de setembro.
De acordo com a análise, publicada no semanário Stern e pela cadeia de televisão RTL, a União Democrata-Cristã (CDU) e a sua União Social-Cristã (CSU) obtém 37% dos votos. Embora os conservadores liderem as sondagens, este resultado aponta para um retrocesso do ponto percentual.
Em segundo lugar, o Partido Social-Democrata (SPD) reúne 23% das intenções de voto, o seu pior resultado nas eleições gerais desde 2009 com Frank-Walter Steinmeier - o atual presidente alemão - como candidato.
A seguir surge a Esquerda, que ganhou um ponto percentual em relação à última semana com 10%, pelo que voltaria a ser a terceira força na Bundestag (Câmara Baixa).
Em quarto lugar, aparece a Alternativa de Direita para a Alemanha (AfD), com 9% dos votos, e que aspira a tornar-se a primeira força política da sua ideologia.
Por último, os Verdes e o Partido Liberal (FDP), obtiveram ambos 8% dos votos, conseguindo assim o mínimo legal de 5% para obter representação na Bundestag.
As eleições parlamentares alemãs estão marcadas para 24 de setembro e Merkel aspira a uma quarta legislatura.
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