A notícia é avançada pelo canal britânico BBC, que cita as declarações do chefe de Estado alemão, Frank-Walter Steinmeier, durante um discurso num museu em Songea, na Tanzânia, local onde aconteceu a revolta Maji Maji.

“Gostaria de pedir perdão pelo que os alemães fizeram aqui aos vossos antepassados”, disse o governante.

“O que aconteceu aqui é a nossa história comum, a história dos vossos antepassados ​​e a história dos nossos antepassados ​​na Alemanha”, acrescentou.

A rebelião Maji Maji foi desencadeada por uma política alemã destinada a forçar a população indígena a cultivar algodão para exportação. Na altura, o país da fazia parte da África Oriental Alemã, que consistia nos países atualmente designados como Ruanda, Burundi e algumas partes de Moçambique.

O Presidente Steinmeier disse esperar que a Tanzânia e a Alemanha possam trabalhar no sentido de "ultrapassar de forma comunitária" o passado. Isto apesar das cabeças de alguns dos líderes da rebelião Maji Maji terem sido removidas e levadas para a Alemanha para serem expostas em museus, algo que recentemente alguns dos seus descendentes têm tentado recuperar através de uma campanha para que os crânios sejam devolvidos.

Steinmeier abordou a questão da repatriação de restos mortais e disse que a Alemanha iria procurar “respostas para as questões não respondidas que não lhe dão paz”.

Esta terça-feira, depois de se encontrar com o Presidente Samia Suluhu Hassan em Dar es Salaam, prometeu que a Alemanha cooperaria com a Tanzânia para a "repatriação de bens culturais".

Recorde-se que, em 2021, a Alemanha reconheceu oficialmente ter cometido genocídio durante a ocupação da Namíbia.

Lembra-se também que este pedido de desculpas acontece depois do rei do Reino Unido, Carlos III, ter reconhecido os "atos de violência abomináveis e injustificáveis contra os quenianos" durante a sua luta pela independência, numa visita que está a realizar a Nairobi, capital do Quénia.