A nova maternidade de Coimbra, que resultará da fusão das duas maternidades existentes na cidade (Daniel de Matos e Bissaya Barreto), representando um investimento de 16 milhões de euros, ficará situada no polo dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), disse na sexta-feira o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro.

O responsável falava numa conferência de imprensa, em Coimbra, com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, durante a qual foram anunciados investimentos na área da saúde de cerca de 100 milhões de euros previstos para o concelho nos próximos três anos.

Para o presidente da Câmara de Coimbra, o socialista Manuel Machado, a instalação da nova maternidade nos HUC agravará a circulação e estacionamento automóvel em toda a área deste hospital, onde se situam outros estabelecimentos como o Instituto Português de Oncologia, o Hospital Pediátrico e o polo III da Universidade de Coimbra, integrada designadamente pelas faculdades de Medicina e de Farmácia.

“Preocupa-nos o bom funcionamento dos HUC em termos de acessibilidades”, afirmou o autarca, sustentando que se trata de uma “má solução no plano urbanístico”.

Manuel Machado, que intervinha hoje na sessão da Câmara de Coimbra, voltou a defender, por isso, a instalação da maternidade no campus do Centro Hospitalar de Coimbra (vulgarmente conhecido por Hospital dos Covões), onde existem igualmente serviços hospitalares complementares – e se não existem todos os que são necessários, que “se ponham a funcionar”.

Além de “resultar numa descompressão do polo dos HUC”, a localização da maternidade no polo dos Covões (hospital igualmente integrado no CHUC) também serve para “reativar este equipamento público”, sustentou o autarca, referindo que transmitiu “ao ministro [da Saúde] que esta solução [localização nos HUC] não é validada por nós”.

Idêntica é a posição do vereador da CDU, Francisco Queirós, que também é adepto da localização da maternidade nos Covões, mas – alertou –, enquanto o novo estabelecimento não estiver a funcionar, é necessário intervir nas atuais instalações, sobretudo na Maternidade Daniel de Matos, e reforçar os meios humanos das duas maternidades, que se debatem com falta de pessoal.

“As discussões sobre a localização” da maternidade “apenas servem para adiar” a criação da nova maternidade, sustentou, por outro lado, o vereador social-democrata Paulo Leitão, que falava igualmente na reunião de hoje do executivo municipal.

“O anúncio da semana passada [sobre a localização] da nova maternidade constitui uma boa notícia para Coimbra”, mas é necessário “recuperar o tempo perdido, dados os inexplicáveis atrasos”, disse Paulo Leitão.

“O estudo da melhor localização, reforço da oferta de lugares de estacionamento, a melhoria das ligações rodoviárias ou o reforço da oferta de transportes públicos” é uma questão técnica e compete à “política optar pela solução que minimize custos”, sustentou.

O PCP de Coimbra afirma, por seu lado, que a fusão das maternidades de Coimbra resulta de critérios economicistas e "não serve" os trabalhadores e utentes.

Em comunicado enviado à agência Lusa, no domingo, o PCP entende que “a solução apontada vai na linha de uma excessiva centralização de valências no Bloco Central dos CHUC [polo dos HUC], sendo de prever mais situações de sobrelotação, de problemas de estacionamento e de falta de capacidade de resposta dos serviços".

O Bloco de Esquerda (BE) também rejeita a localização da nova maternidade no perímetro dos HUC e defende que seja instalada no espaço do Hospital do Covões.

A decisão anunciada na sexta-feira “constitui um erro intolerável, que merecerá o mais vivo combate, até que sejam aprofundadas, alargada e publicamente debatidas todas as suas implicações nos campos da medicina, do urbanismo e da mobilidade”, afirma o BE, num comunicado divulgado hoje, sustentando que “a decisão de implantar” nos HUC a nova maternidade “só irá acrescentar caos ao caos”.

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