Hidalgo fez o anúncio rodeada de militantes partidários num evento na cidade portuária de Rouen (noroeste) no qual destacou as suas modestas origens numa família de origem espanhola que emigrou e o facto de a França lhe ter dado a oportunidade de crescer pessoal e profissionalmente, ao ponto de aspirar à mais alta posição de responsabilidade no país.
“Estou aqui para vos falar de França. Eu, uma mulher francesa nascida em Espanha, cheguei ao nosso país aos dois anos de idade e cresci em Lyon, num bairro da classe trabalhadora.
Recordou o seu pai, “um trabalhador dos estaleiros navais de Cádis”, a sua mãe, uma costureira, e o seu avô, “condenado à morte por um tribunal militar franquista” que transmitiu ao seu filho “o amor pela França, o país das liberdades, da República e de Victor Hugo”.
Anne Hidalgo disse que agora está “preocupada com esta França que lhe deu a sua oportunidade” porque acredita que “o modelo republicano está a desintegrar-se e com este as proteções que foram sendo construídas ao longo da História” de França.
Na sua opinião, as liberdades estão a ser reduzidas. Em vez de igualdade há um aumento da injustiça e em vez de fraternidade o país “está dividido em grupos hostis, em comunidades separadas, em facções que mostram a sua amargura, a sua raiva, por vezes com tanta violência”.
É por isto que estou “pronta” para “fazer das nossas esperanças a realidade das nossas vidas”. Decidi ser candidata à Presidência da República Francesa”, afirmou.
Sem entrar em muitos detalhes sobre o que será o seu programa, Hidalgo referiu os principais pontos, incluindo a transição ecológica com energias renováveis, o aumento dos salários dos funcionários públicos e a abertura de negociações setoriais para aumentar os salários dos trabalhadores, que disse que estariam “mais envolvidos nos conselhos de administração”.
“Com a minha história, com a minha experiência, fiel aos meus valores e livre como sempre fui, quero fazer o que puder para reparar (…) para construir uma França mais justa”, concluiu.
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