No dia anterior, Borges Coelho, de 90 anos, recebeu o Prémio Universidade de Lisboa, uma distinção atribuída pelo seu "singular percurso na historiografia portuguesa".

António Borges Coelho é autor, entre outras obras, de “Raízes da Expansão Portuguesa” e “Inquisição de Évora”, e, segundo o júri do galardão da universidade, é “um nome singular na historiografia portuguesa contemporânea”.

O júri, ao qual presidiu o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, catedrático de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, destacou em ata o “trabalho inovador” do historiador, que foi aluno desta Universidade e, de 1974 a 1994, professor no Departamento de História da Faculdade de Letras, tendo ensinado centenas de alunos “nos quais deixou marcas, pelas suas qualidades humanas e pedagógicas”.

“Além da relevância do seu percurso científico, muitas vezes perseguido em circunstâncias adversas, o júri sublinhou a grande erudição e acessibilidade da sua obra, e o seu comprometimento com a cultura e a língua, evidenciado no modo como integra na narrativa dos acontecimentos a caracterização detalhada de instituições, informações demográficas, e estruturas económicas, sociais e culturais”, lê-se no mesmo texto.

O júri, que foi ainda constituído por Paulo Macedo, António M. Feijó, Carlos Salema, David Diniz, Eduardo Paz Ferreira, José Pedro Sousa Dias, Leonor Beleza, Maria do Carmo Sousa, Teresa Patrício Gouveia e Vítor Caldeira, destacou a História de Portugal, atualmente com seis volumes, na qual Borges Coelho está a trabalhar.

Para o júri, nesta História de Portugal, António Borges Coelho “cumulativamente delineia uma interpretação global do percurso histórico nacional, das origens à atualidade”.

Em outubro passado, numa entrevista à agência Lusa, o historiador António Borges Coelho afirmou que “a História é uma ciência perigosa”, e recordou as palavras do humanista português João de Barros, historiador da Ásia, o segundo o qual a História implica muito perigo e exige muito trabalho.

“A História marca sempre, mesmo que o historiador não consiga completamente dominar as suas ideias, isto é, aquilo que ele é. [A História] é um documento que dá uma visão do passado, e que, se for nova e verdadeira, vai ao fundo da verdade, e vai criar muitos anticorpos. A História é uma ciência perigosa”, disse.

O Prémio Universidade de Lisboa tem o valor pecuniário de 25 mil euros.

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