"Se por acaso ele errou e isso for provado, lamento como pai, mas ele terá de pagar o preço por esses atos, que não podemos aceitar", afirmou Bolsonaro, numa entrevista à Bloomberg, em Davos, na Suíça, onde participou no Fórum Económico Mundial.
O chefe de Estado falava sobre os desdobramentos de um relatório do Conselho de Controlo de Atividades Financeiras (Coaf), órgão público brasileiro que fiscaliza transações financeiras, que em dezembro passado detetou as movimentações atípicas nas contas de um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz.
Fabrício Queiroz passou a ser investigado por ter feito transações atípicas no valor de 1,2 milhões de reais (280 mil euros).
O Coaf também identificou 48 depósitos realizados em apenas um mês na conta bancária do filho do chefe de Estado brasileiro, segundo informações divulgadas pela TV Globo.
Estes depósitos ocorreram entre junho e julho de 2017 numa agência bancária situada dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde Flávio Bolsonaro era deputado.
Segundo a investigação, os depósitos foram sempre do mesmo valor, dois mil reais, cerca de 530 dólares, até somarem 25.500 dólares, quase 22.500 euros.
O facto de os depósitos terem sido feitos de forma fracionada despertou a suspeita de uma possível ocultação da origem do dinheiro, de acordo com a investigação do Coaf.
Atualmente, a investigação deste caso está suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A suspensão atendeu a um pedido de Flávio Bolsonaro.
Na última terça-feira, o filho do Presidente brasileiro também voltou a ser citado após uma operação da polícia para deter supostos líderes de uma milícia que atua no Rio de Janeiro.
Neste caso, Flavio Bolsonaro foi mencionado porque empregou até dezembro do ano passado no seu gabinete na Alerj a mãe e a esposa de um dos líderes desta suposto grupo criminoso e também porque propôs homenagens a antigos membros da polícia que estão a ser acusados de liderar a milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro.
Entretanto, o Presidente brasileiro cancelou a conferência de imprensa que tinha previsto em Davos, noticiou o jornal Folha de São Paulo, referindo que não foi avançado o motivo para o cancelamento.
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