“Enquanto sentir que sou útil e houver confiança mútua de mim para a tutela, estou disponível. Se a senhora ministra entender que está na altura de ir embora, por algum motivo, só tem de o dizer e isso irá acontecer sem qualquer problema”, afirmou Luís Meira na comissão de Saúde, onde foi ouvido a pedido do PSD.
O responsável do instituto adiantou aos deputados que o seu lugar “está à disposição desde o dia 16 de outubro de 2015”, uma posição disse sempre ter transmitido às várias tutelas do INEM.
Essa questão é “muito tranquila para mim, que não estou agarrado ao lugar, antes pelo contrário”, afirmou o médico anestesiologista, para quem “os problemas pessoais e familiares que advêm destas funções são mais que muitos, particularmente, quando, para uma missão tão exigente”, o Conselho Diretivo do INEM é composto por apenas dois elementos.
“Se calhar é desumano pedir mais a dois elementos do Conselho Diretivo de uma instituição dessa importância. Há outras instituições, até na área da saúde, que têm cinco, sete elementos no conselho diretivo”, salientou.
Perante os deputados, o responsável do INEM realçou também que o instituto responsável pela emergência médica é auditado, inspecionado e fiscalizado e “tem as suas contas devidamente certificadas por uma entidade independente”, sem reservas ou recomendações no último exercício.
“No momento em que eu entender que eu sou um obstáculo à resolução dos problemas do INEM, não será a senhora ministra que me vai dizer que tenho de me ir embora. Sou eu que vou dizer à senhora ministra que está na altura de me ir embora”, referiu.
Sobre a auditoria administrativa e financeira que o Ministério da Saúde anunciou, Luís Meira adiantou que, na última semana, teve uma “conversa relativamente longa” com a ministra Ana Paula Martins “sobre a situação do INEM”.
Na segunda-feira, o ministério confirmou o pedido de auditoria ao INEM, mas remeteu mais esclarecimentos para a audição parlamentar de Ana Paula Martins marcada para quarta-feira.
No final de agosto de 2023, Luís Meira foi reconduzido no cargo para um novo mandato de cinco anos pelo então ministro da Saúde, mas esta decisão mereceu a contestação das associações de técnicos de emergência médica e de agentes de proteção civil, que têm pedido uma comissão parlamentar de inquérito ao serviço de socorro prestado pelo instituto.
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