“Mantenha os jovens longe da fronteira, longe deles, não queremos que eles sofram ferimentos”, disse Mahmoud Abbas, referindo que apoia as “manifestações pacificas”.
Quarenta e oito palestinianos foram mortos na faixa de Gaza desde o início, a 30 de março, dos protestos no âmbito da “marcha do retorno”. A grande maioria foi atingida por balas de soldados israelitas colocados junto à barreira de segurança que separa Israel do enclave palestiniano.
Oficialmente organizado pela sociedade civil, o protesto – para reivindicar o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948 — é apoiado pelo movimento radical Hamas, que controla Gaza desde 2007 e que combateu Israel em três guerras.
Cinco ONG israelitas e o Centro Al Mezan para os direitos humanos, sediado em Gaza, argumentaram perante o Supremo Tribunal que o direito internacional proíbe os tiros mortais contra manifestantes desarmados.
A resposta escrita de Israel afirma que os atuais acontecimentos na faixa de Gaza não são manifestações civis pacíficas, mas “fazem parte do conflito armado entre o Estado de Israel e a organização terrorista Hamas”.
Os soldados só disparam balas reais em último recurso, quando se esgotaram os meios não letais para lidar com ações que representam um “perigo real” para os soldados e os civis israelitas que vivem perto do enclave, diz o Estado hebreu.
Suhad Bishara, advogada do grupo de defesa dos Direitos Humanos Adalah, declarou numa sala de audiências cheia, em Jerusalém, que a realidade é outra e que “a grande maioria dos que foram baleados se encontravam a alguma distância da barreira” de segurança.
Os juízes deram às duas partes até 06 de maio para fornecerem documentos que apoiem as suas alegações.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já pediram um inquérito à utilização por Israel de balas reais contra os participantes na “marcha do retorno”.
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