Ao chegar hoje ao Conselho Europeu informal, em Bruxelas, o primeiro desde que anunciou a intenção de se demitir da liderança do partido Conservador a 7 de junho, May lembrou que participou em cerca de 15 reuniões deste tipo.
“Em cada uma delas esforcei-me muito para conseguir o melhor acordo possível para o Reino Unido sair da União Europeia e é um grande desgosto para mim não ter conseguido executar o ‘Brexit'”, vincou.
A primeira-ministra britânica adiantou que cabe agora ao sucessor “encontrar um caminho para lidar com as opiniões muito fortes nos dois lados desta questão.
“Para o fazer e conseguir uma maioria no parlamento, penso que vai ser necessário compromisso”, disse.
May prometeu que vai cumprir as obrigações enquanto se mantiver e que o Reino Unido pretende desempenhar um “papel construtivo” enquanto não sair da UE.
Sem comentar as posições dos diferentes candidatos à sucessão, May vincou que mantém a opinião de que o Reino Unido deve sair com um acordo e admitiu que os resultados das eleições europeias, nas quais o partido Conservador manteve apenas quatro dos 19 eurodeputados, foram “profundamente dececionantes”.
“Só mostra importância de executar o ‘Brexit’ e penso que a melhor forma de o fazer é com um acordo”, vincou, apelando a que “os resultados das eleições ajudem o parlamento a concentrar-se na necessidade de implementar o ‘Brexit'”.
A demissão de Theresa May da liderança do partido Conservador será formalizada na sexta-feira 7 de junho para que a eleição comece na semana seguinte e o processo seja concluído até 20 de julho, para quando está previsto o começo das férias parlamentares de verão.
O sucessor, enquanto líder do partido do Governo, torna-se também primeiro-ministro sem a necessidade de eleições legislativas.
Apesar de o Reino Unido ter votado num referendo em 2016 para sair da UE, o chumbo por três vezes no parlamento britânico ao acordo de saída negociado com Bruxelas obrigou o governo adiar a data do ‘Brexit’, cujo prazo foi diferido para 31 de outubro.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se hoje em Bruxelas, num jantar de trabalho informal, para começar a discutir as nomeações para os mais altos cargos institucionais da UE na sequência das eleições europeias.
Numas negociações que se antecipam complexas, dada a maior fragmentação do Parlamento Europeu – que exigirá novas alianças -, a grande dúvida reside na “adesão” do Conselho Europeu ao modelo ‘Spitzenkandidat’, e saber se efetivamente os líderes europeus irão propor para a presidência da Comissão Europeia um dos candidatos principais apresentados pelas diferentes famílias políticas nas eleições deste ano.
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