O vice-primeiro-ministro australiano Barnaby Joyce — um conservador católico que fez campanha na base da defesa dos valores familiares, e que era casado há 24 anos — divorciou-se e vai ser pai de uma criança, fruto de um relacionamento extra-conjugal com uma funcionária do gabinete de imprensa, Vikki Campion.
O divórcio e gravidez foram divulgados pelo Sydney’s Daily Telegraph e abalou o Executivo.
Na sequência deste escândalo, o primeiro-ministro Malcolm Turnbull proibiu hoje os seus ministros de ter relações sexuais com funcionários subalternos.
"Em 2018 não é aceitável que um ministro tenha relações sexuais com alguém que trabalha para si. É uma prática de trabalho muito má e todos sabemos o que resulta disso. Os ministros, independentemente de serem solteiros ou casados, não devem ter relações sexuais com funcionários. Fazê-lo constitui uma violação de boas práticas".
"Barnaby reconheceu o seu erro de conduta, tem agora de considerar a sua posição enquanto líder do Partido Nacional, mas isto são questões para Barnaby Joyce refletir. Foi um erro de julgamento. (...) Temos de reconhecer que nesta posição temos tantas responsabilidades e não temos, para efeitos práticos, a mesma privacidade de que outros gozam. Temos de reconhecer de que temos de ter padrões de comportamento elevados, e daí esta decisão".
No que concerne o serviço público, acrescentou, "devemos viver pelos valores que defendemos".
A nova regra entra em vigor "a partir de hoje".
O escândalo colocou o seu governo de centro direita no centro da polémica aumentou a tensão na relação entre o seu Partido Liberal e o Partido Nacional de Joyce.
Turnbull não dispensou o seu vice porque isso colocaria em risco a maioria de apenas um assento que detém no parlamento, explica a Reuters. Todavia, Joyce vai tirar uma licença pessoal na próxima semana, o que em termos práticos faz com que não tenha de assumir funções de líder de governo enquanto o primeiro-ministro cumpre a já agendada visita oficial a Washington.
A adensar o escândalo está ainda a possibilidade de Joyce ter aceitado favores do empresário Greg Maguire. Em causa está se o vice-primeiro-ministro quebrou a lei que impede os ministros de pedir favores.
Segundo Joyce, Greg Maguire abordou-o para oferecer ajuda na sequência do divórcio, nomeadamente disponibilizando-lhe um sítio para ficar sem quaisquer encargos. Já o empresário tem outra versão, e diz que foi abordado por Joyce e que este se ofereceu inclusivamente para pagar.
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